Com E175-E2 atrasado, Embraer pode explorar mercado de cargueiros

Desenvolvimento do motor PW1700G teria sido suspenso pelos próximos três anos, segundo site. Fabricante cogita em paralelo lançar um programa de conversão de aviões de passageiros em cargueiros em 2022
O protótipo do E175-E2 (Embraer)

A Embraer tem um grande dilema nos próximos anos, o que fazer com o E175-E2, menor jato da nova família de aeronaves regionais. Sem nenhum cliente oficial até agora (exceto um compromisso de uma empresa americana), o avião teve sua entrada em serviço postergada para 2024.

Mas, segundo o site Leeham News, a situação parece mais indefinida. Segundo uma fonte, a Embraer e a Pratt & Whitney teriam chegado a um acordo para suspender por três anos o desenvolvimento e a produção do motor PW1700G, versão usada pelo E175-E2.

A fabricante do motor GTF afirmou ao site que ela e a Embraer avaliam o momento certo para colocar o E175-E2 em serviço.

A falta de previsão de início da operação do jato regional reforça a impressão que o futuro da aeronave é complementamente dependente de mudanças nas cláusulas de escopo das companhias aéreas dos EUA.

O E175-E2 é muito pesado para se enquadrar nas atuais regras, que limitam os aviões usados pelas companhias aéreas regionais dos EUA a transportar até 76 passageiros e com um peso máximo de decolagem de 39 toneladas.

O E175 continua vendendo bem, mas tem prazo de validade por conta de emissões dos motores CF34 (Cory-W.-Watts/Wikimedia)

A Embraer esperava por um afrouxamento das regras pelos sindicatos de pilotos, porém, a mudança segue sem perspectivas. Na atual configuração, o E175-E2 não é atraente nos EUA, mercado para o qual foi pensado.

Conversão Passageiro para Cargueiro

Com poucas vendas, a família jatos de nova geração E2 tem se mantido majoritariamente com pedidos do E195-E2, a maior variante, com capacidade para 136 assentos.

A Embraer também tem conseguido uma boa quantidade de acordos para o E175 de primeira geração, único jato regional em produção que atende as cláusulas de escopo. A aeronave, no entanto, tem uma data-limite de produção, o ano de 2027, quando novas restrições de emissão de poluentes serão implementadas impedindo sua venda.

Configuração de carga do E195 poderia transportar 14 toneladas

Uma solução a curto prazo para a fabricante parece ser o segmento de carga aérea. A Embraer cogita lançar um programa de conversão de E-Jets de passageiros para cargueiros (conhecido pela sigla P2F, de Passenger To Freighter) no ano que vem.

A empresa brasileira apresentou alguns dados sobre esse futuro programa, capaz de oferecer uma capacidade de 14 toneladas de carga com uma autonomia de cerca de 3.704 km.

A demanda por carga aérea tem crescido por conta da pandemia e do comércio eletrônico e os jatos E190 e E195 de primeira geração poderiam ser uma opção interessante para rotas de curto e médio alcance.

A Embraer estima que o segmento de cargueiros menores precisará de até 700 aeronaves nos próximos 20 anos. Tempo suficiente para que ela consiga receitas financeiras enquanto não decide o futuro de seus jatos regionais.

Total
0
Shares
3 comments
  1. Mais uma atrasada dos produtos BR. Acho que essa história de demanda por cargueiros, já está ocorrendo há tempos. Mas só agora vão correr atrás do prejuízo.

  2. Isso é terrível, como pode um avião como E-175E2 não ter um pedido! São tantas empresas pelo mundo e nosso mercado central e sul americano, não servem para nada? Sinceramente deve haver uma solução 175E2 e toda a família de jatos mereciam mais….venho uma má vontade mundial.

Comments are closed.

Previous Post

Jato MC-21 com asas “Made in Russia” voa pela primeira vez

Next Post
Boeing 737 MAX 8 - Ethiopian Airlines

Ethiopian Airlines anuncia retorno dos voos com o Boeing 737 MAX

Related Posts
Total
0
Share