Companhias aéreas russas estão voando mais com jatos Airbus do que antes da pandemia

Airbus reconheceu não ter uma visão clara sobre como as transportadoras russas estão conseguindo manter as aeronaves em voo. Empresa diz que continua a seguir as sanções determinadas pelos governos ocidentais
Airbus A350-900 da Aeroflot (Anna Zvereva)

As companhias aéreas russas que operam jatos da Airbus estão voando mais com esses aviões do que antes da pandemia do Covid-19. Foi o que admitiu Guillaume Faury, CEO da Airbus, durante a conferência de resultados de 2022, realizada nesta semana.

“O que observamos é que as companhias aéreas russas conseguiram continuar voando apesar das sanções e estão realmente voando mais no segundo semestre de 2022 do que voavam antes da Covid”, disse Faury.

O executivo-chefe, no entanto, reconheceu que a Airbus não tem uma visão hoje clara da situação dessas aeronaves após perderem o suporte técnico da fabricante, como parte das sanções após a invasão à Ucrânia, que completará um ano em 24 de fevereiro.

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“É uma taxa de voos muito alta na Rússia com esses aviões, mas começamos a ouvir sobre situações em que faltam peças, componentes ou incapacidade de manter alguns dos aviões em voo”, explicou o CEO.

“Estamos um pouco preocupados com a forma como os aviões são operados, mas não temos meios reais para agir e, claro, cumprimos total e absolutamente as sanções”, concluiu.

Protótipo do MC-21-300 com pintura da Rossyia, cliente de lançamento do jato russo

Aeronaves russas no futuro

Atualmente, as aeronaves ocidentais, de Boeing, Airbus, Embraer e ATR, respondem por cerca de 95% dos voos comerciais na Rússia.

Apenas o grupo Aeroflot, o maior do país, possuía 286 aeronaves ocidentais contra apenas 78 jatos Superjet 100, fabricados na Rússia.

O governo russo, no entanto, acelerou o desenvolvimento de aviões locais como o MC-21, uma alternativa ao A320 e 737, o SSJ-New, variante com componentes domésticos do Superjet. Além disso, a UAC está reativando a produção do Tupolev Tu-214, um bimotor de corredor único de concepção obsoleta.

A meta é produzir cerca de 1.000 aeronaves russas para praticamente eliminar a dependência de aviões ocidentais até o final da década.

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