Conheça as companhia aéreas “low cost” que estão chegando ao Brasil

ANAC já autorizou quatro empresas de baixo custo a operar no país e mais estão por vir
Voar com empresas low-cost é mais barato, mas também pode ser bem diferente do que você está acostumado (Creative Commons)
Voar com empresas low-cost é mais barato, mas também pode ser bem diferente do que você está acostumado (Creative Commons)
Voar com empresas low-cost é mais barato, mas também pode ser bem diferente do que você está acostumado (Creative Commons)
Voar com empresas low-cost é mais barato, mas também pode ser bem diferente do que você está acostumado

O Brasil está passando por uma nova fase no transporte aéreo de passageiros com a entrada de novas companhias atuando no modelo de “low cost”, ou seja, que atuam com baixo custo de operação e assim oferecendo passagens com preços bem mais baratos que as empresas tradicionais do setor.

Por causa da carga tributária elevada e também devido a questões trabalhistas, não há no Brasil empresa operando nesse modelo de negócio. Porém, em julho desse ano, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) começou a liberar companhias aéreas estrangeiras que queiram operar rotas internacionais no país, mas em operações de baixo custo.

A mudança no panorama nacional se dá por conta Resolução nº400 que desregulamenta a franquia de bagagens, tendo entrado em vigor entre junho e setembro de 2017, atingindo diretamente as operações das companhias aéreas nacionais.

Porém, essa mudança – que permite ao consumidor optar por uma passagem sem franquia de bagagem, o que reduz seu custo – tornou o mercado nacional atrativo para empresas que operam no modelo de baixo custo, pois assim poderão cobrar adicional sobre peso extra de bagagem, por exemplo.

Embora os preços ainda estejam altos nos voos nacionais, já é possível voar para fora do país pagando bem menos em voos low cost. Nesse caso, o passageiro pode comprar uma passagem sem os benefícios que normalmente incidem sobre o valor da tarifa normal, como escolha de assento, mudança de voo, bagagem despachada, entre outros.

Diante disso, conheça quatro companhias aéreas “low cost” já autorizadas pela ANAC, que estão chegando ao Brasil. Uma delas já iniciou as operações e as demais devem seguir o mesmo caminho em 2019.

Sky Airline

A Sky Airline é o exemplo de que os últimos serão os primeiros. A empresa recebeu autorização da ANAC para voar ao Brasil em 26 de outubro e não perdeu tempo. Na segunda (5), o primeiro voo da companhia chilena pousou no aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro, proveniente de Santiago do Chile.

Embora tenha sido a última das 4 empresas listadas a receber autorização nacional, a chilena já começou sua operação com voos de Santiago para Florianópolis, Rio e, em breve, para São Paulo. Prometendo tarifas a partir de US$ 41,00, a Sky Airlines quer crescer por aqui e baixar a tarifa ainda mais.

A Sky Airline recebeu recentemente seus primeiro A320neo (Airbus)

Para isso, a companhia traz o Airbus A320Neo com 186 assentos para as rotas em direção ao Brasil. A empresa aproveita a internet para agilizar a operação e cobra por bagagem despachada, escolha de assentos e mudanças de voo, entre outros.

Fundada em 2002, a Sky virou low cost em 2015 e opera a partir de Santiago, contando com 14 destinos no Chile e outros 6 na América do Sul, onde atende as capitais Lima, Montevidéu e Buenos Aires, além das cidades argentinas de Mendoza, Rosário e Córdoba. Em seu país, é a segunda maior, após a LATAM e tem 26% das rotas domésticas.

Agora a Sky amplia suas rotas com mais três cidades brasileiras. Sua frota é composta de 18 aeronaves Airbus, sendo 13 modelos A319-100, dois A320-200 e três A320Neo.

Avianca Argentina

Embora parte do grupo que controla a Avianca, a operação argentina é uma empresa independente das outras companhias da holding. Os voos  da Avianca Argentina começaram em novembro de 2017 e atualmente a companhia voa para cinco destinos no país – Reconquista, Mar Del Plata, Rosário, Santa Fé e Buenos Aires.

A sua estreia no exterior deve ocorrer ainda em 2018 com um voo entre Buenos Aires e São Paulo que foi autorizado pela ANAC em 25 de julho de 2018. A companhia argentina possui uma frota de dois ATR-72-600 e recebeu seu primeiro Airbus A320 recentemente – é ele que será usado no voo para o Brasil.

A Avianca Argetnina possui dois ATR-72 além de um A320 recentemente recebido

Segundo a Avianca, um acordo de codeshare entre a Avianca Argentina e Brasil permitirá que os passageiros possam ter acesso aos 29 destinos no Brasil, além das cidades atendidas no país vizinho.

Flybondi

Autorizada pela ANAC em 2 de agosto de 2018, a também argentina Flybondi é outra low cost que quer operar rotas internacionais no Brasil. Fundada em 2016, a companhia é a primeira de baixo custo de seu país e está baseada no aeroporto militar de El Palomar, localizado na grande Buenos Aires.

Com 5 Boeing 737-800 NG de 189 assentos cada, a Flybondi atende 18 rotas e 13 destinos nacionais, mas já recebeu autorização para voar à Punta Del Este no Uruguai e Assunção, no Paraguai. Entretanto, seus planos são ambiciosos. A argentina quer operar 99 rotas, sendo 25 para o Brasil a partir de El Palomar, Córdoba, Salta, Puerto Iguazú, Bariloche, Mendoza e Rosário.

A Flybondi está de olho em 13 destinos no Brasil (Divulgação)
A Flybondi está de olho em 13 destinos no Brasil (Divulgação)

A Flybondi quer atingir Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Seguro, Salvador, Natal, Brasília, Maceió, Recife e Fortaleza. Para termos uma ideia de preços, o voo entre Buenos Aires e Assunção custa US$ 59,00, sendo US$ 18,00 de tarifa e US$ 41,00 de taxas.

Na Argentina, essa tarifa é considerada “ultra low cost”. Mas, para voar pagando esse valor, a Flybondi exige do cliente uma bagagem de mão de até 6 quilos e compra de bilhetes de ida e volta, não excedendo 30 dias no destino. Desde dezembro, a empresa já transportou 700.000 passageiros, sendo 100.000 de primeira viagem. Tem atualmente 8% do mercado argentino.

Norwegian Air

Das companhias low cost já autorizadas pela ANAC, a Norwegian Air é a única europeia. A empresa norueguesa é bem grande, sendo a segunda maior aérea da Escandinávia e a terceira maior desse modelo de operação na Europa.

Com 130 destinos, a companhia tem sede no Reino Unido, onde utiliza os aeroportos de Londres (Gatwick), Manchester e Edimburgo para atingir destinos nos EUA, Europa e Ásia.

A Norwegian vai voar para o Brasil com jatos Boeing 787 (NAS)

Atuando hoje com 154 aeronaves, a Norwegian tem 118 737-800, sete 737-8 Max, oito 787-800 e 21 787-900. A empresa ainda tem 30 encomendas do A321LR e 104 do 737-8 Max.

O primeiro voo da Norwegian para o Brasil será a rota Londres-Rio de Janeiro. A operação estreia no dia 29 de março de 2019, com quatro voos por semana.

Empresas na espera

Além das 4 já autorizadas pela ANAC, a agência federal recebeu pedidos de outras companhias aéreas de baixo custo, interessadas em operações no país. Pelo menos três delas são argentinas, sendo a Alas Del Sur, American Jet e Andes Líneas Aéreas.

A American Jet quer uma rota entre Neuquén e Porto Alegre, com escalas em Córdoba e Rosário. A Andes pretende ligar Buenos Aires e São Paulo com escala em Córdoba. Ou seja, se tudo der certo, voar dentro do Mercosul ficará muito mais barato.

Veja mais: Bristol Brabazon, o avião certo para o momento errado

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  1. No início preço bom e boa viagem… Depois são picados pelo mosquito da ganância e os preços decolam antes das aeronaves…

  2. Não acredito em nada disso. Basta ver que as companhias que atuam localmente cortaram despacho de bagagem, cortaram lanches e cobram por escolher assento e o preço em nada mudou…

  3. Se o Brasil crescer em infraestruturae e mudar a lei, é possivel que no fururo empresas estrangeiras possam operar em voos nacionais, claro ressalvando que todos os funcionarios sendo Brasileiros.
    Hoje os aeroportos nao suportam nem as que temos, e os impostos sobre impostos em tudo dificulta uma melhor concorrencia e consequentemente os preços.

  4. A “franquia de bagagens” foi um engodo como tudo quando se trata da relação empresas consumidor no Brasil. A maior prova é q ot.rios pagam p despachar e ao embarcar os passageiros são convidados a despachar de graça. Dou 30 dias para esses gringos se comportarem como as nacionais, isto é, levando vantagem em tudo.

  5. Serão low cost apenas para entrarem no mercado, depois os diretores brasileiros das empresas para fazerem bonito aos chefes estrangeiros farão toda forma de trustes e aumentos do preços com anuência da ANAC. Concorrência de mercado no Brasil???? Nella Fantasia.

  6. Abertura de mercado no Brasil significa: em vez de uma empresa cobrando caro teremos várias cobrando caro. Sem ação das agencias reguladoras que são todas frouxas,fracas,omissas,ineficientes e cabides de emprego pra incompetentes nós brasileiros seremos sempre banquete pra estrangeiro.

  7. Duvido que saiam preços mais baixos… Se forem cobrados os mesmos patamares de impostos e custos de combustível, não haverá nenhuma redução de preço

  8. Fiz um simulado na Sky para Santiago incluindo serviços como Despacho de Bagagem, Assentos antecipados etc e acabou dando o mesmo valor da Avianca.

  9. Que benefícios que estamos acostumados cara pálida? Hoje tudo se paga. Paga água, paga marcação de assento (como se houvesse opção de viajar em pé se não marcar), paga bagagem, paga mudança de vôo, paga TUDO! Alguem avisa ao Ricardo que a VARIG já faliu faz tempo.

  10. Os voos internos na argentina estao bem baratos. No chile imagino que deve ser igual. Nosso sistema tributario esdruxulo faz com que a imensa maior parte da populaçao fique fora do mercado de aviaçao

  11. Eu já voei Sky de Buenos Aires para Santiago, ano passado. Aeronave A319 novinha e tarifa imbatível diante dos valores da Latam, Aerolineas Argentinas, Gol e Avianca. Sem esquecer a pontualidade. Fiz a escolha certa.

  12. Não acredito que seremos privilegiados com o baixo custo, pois no Brasil não se cumpre o que beneficia a classe menos favorecida. Veja que com a bagagem de mão os preços cairiam, mas infelizmente aumentaram e ainda passaram a cobrar a marcação de assento… vergonhoso. O que a ANAC tem feito para até der as reivindicações da população?

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