Em mais um investimento, Boeing agora aposta em impressão 3D para aviação

Fabricante anuncia investimento na Morf3D, empresa de engenharia que desenvolve componentes aeroespaciais fabricados por impressão 3D
A Boeing planeja testar a tecnologia dos controles autônomos no jato 787 a partir de 2019 (Divulgação)
Boeing 787-9 (Divulgação)
A Boeing planeja testar a tecnologia dos controles autônomos no jato 787 a partir de 2019 (Divulgação)
A Boeing já está peças estruturais impressas em 3D para o 787 (Boeing)

A Boeing anunciou nesta segunda-feira (23) mais uma rodada de investimentos em uma empresa que desenvolve novas tecnologias. A aposta da vez é na Morf3D, sediada em El Segundo, na Califórnia, nos Estados Unidos, especializada no desenvolvimento e produção de componentes para a indústria aeroespacial fabricados em impressoras 3D.

A Morf3D, criada em 2015, já forneceu para a Boeing componentes de titânio e alumínio impressos em 3D para satélites e helicópteros da Boeing. A gigante americana realizou o investimento por meio da Boeing HorizonX Ventures, divisão que estuda novas tecnologias aeroespaciais com o apoio de empresas de diversas áreas. O valor investido não foi revelado.

Com esse novo apoio, a Boeing afirma que a Morf3D poderá colaborar ainda mais para o avanço do processo de produção em impressão 3D, que na indústria é chamado pelo termo técnico “Engenharia Aditiva de Manufatura”, do sentido de produzir componentes a partir da combinação de materiais utilizando impressoras 3D industriais.

O principal objetivo desse ramo da engenharia é desenvolver componentes cada vez mais resistentes utilizando a menor quantidade de material possível, o que exige um complexo trabalho para desenvolver os equipamentos de impressão 3D e os softwares de projeto.

“Desenvolver processos de manufatura aditiva para componentes aeroespaciais beneficia as duas empresas e nos permite mostrar totalmente o valor dessa tecnologia transformadora”, disse disse Smith, vice-presidente e gerente geral de produção da Boeing Commercial Airplanes.

A Morf3D diz que um componentes feito em impressora 3D pode ser até 79% mais leve que um convencional (Morf3D)
A Morf3D afirma que componentes feitos em impressoras 3D podem ser até 79% mais leves (Morf3D)

“Estamos entusiasmados por sermos um parceiro distinto e confiável da base de fornecedores da Boeing, à medida que continuamos a industrializar nossos processos para a produção de alta qualidade de componentes fabricados com impressora 3D”, disse Ivan Madera, CEO da Morf3D. “Esse investimento nos permitirá aumentar nossa equipe de engenharia e expandir nosso alcance tecnológico dos sistemas para atender melhor as demandas de nossos clientes”.

Impressoras 3D, foguetes, baterias, aviões elétricos…

A Boeing HorizonX Ventures vem anunciado com frequência investimentos em novas empresas que desenvolvem tecnologias inovadoras. No começo de abril, a divisão da Boeing já havia divulgado o investimento de US$ 37,7 milhões na Reaction Engines, companhia do Reino Unido que está desenvolvendo um novo tipo de motor para voos espaciais.

O SABRE é uma combinação de motor a jato com foguete (Reaction Engines)
O projeto da Reaction Engines é uma combinação de motor a jato com foguete (Reaction Engines)

Outra aposta da divisão de pesquisas da Boeing são os aviões elétricos. Atuando nesse sentido, o grupo já investiu na Cuberg, startup americana que desenvolve novas baterias, e a Zunum Aero, companhia também dos EUA que promete lançar na próxima década uma família de aviãos regionais elétricos.

A Boeing também é parceira da Zunum Aero, startup que está desenvolvendo o que pode ser o primeiro avião comercial elétrico (Divulgação)
A Boeing também é parceira da Zunum Aero, startup que está desenvolvendo o que pode ser o primeiro avião comercial elétrico (Divulgação)

Os campos de pesquisa da Boeing HorizonX ainda vão além. A divisão estuda nano-satélites para comunicação, veículos aéreos autônomos, radares de alta tecnologia, entre outras tecnologias que grupo considera vitais para os aviões (ou naves espaciais) da próxima geração.

Veja mais: Como será a aviação comercial no futuro?

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