Widerøe, da Noruega, realiza primeiro voo comercial com o E190-E2

Empresa ainda vai receber mais dois jatos neste ano e tem opções para adquirir mais 12 aeronaves
Voo longo e lotado: a primeira viagem comercial do E190-E2 percorreu mais de 1.200 km entre o sul e o norte da Noruega com 114 passageiros (Embraer)
A Widerøe, da Noruega, foi a primeira cliente do E2, em abril de 2018 (Embraer)
Voo longo e lotado: a primeira viagem comercial do E190-E2 percorreu mais de 1.200 km entre o sul e o norte da Noruega com 114 passageiros (Embraer)
Voo longo e lotado: a primeira viagem comercial do E190-E2 percorreu mais de 1.200 km entre o sul e o norte da Noruega com 114 passageiros (Embraer)

Agora é pra valer! A companhia aérea Widerøe, na Noruega, completou na manhã desta terça-feira (24) o primeiro voo comercial com passageiros de um E190-E2 da Embraer. A aeronave, de prefixo LN-WEA, partiu de Bergen às 7h56 e chegou ao aeroporto de Tromsø às 9h39, no horário local. Segundo a empresa, o jato percorreu 1.246 km na rota de estreia e todos os 114 assentos do voo foram vendidos.

Esse também foi o primeiro voo comercial da companhia norueguesa com um avião a jato. Até então, a empresa com mais de 80 anos havia operado somente aeronaves com motores a hélice e turbo-hélice. A Widerøe recebeu o primeiro E190-E2 no início de abril.

A encomenda da Widerøe pelo E190-E2 compreende três pedidos firmes e opções para mais 12 unidades, com valor potencial de até US$ 873 milhões. A empresa receberá mais dois E190-E2s este ano. O próximo cliente do novo jato brasileiro será a Air Astana, do Cazaquistão.

“Hoje, estamos comemorando o início de uma nova era para a Widerøe. É o primeiro jato da nossa frota. E sempre teremos a distinção de ser a primeira companhia aérea a voar com a E2. Vemos um futuro brilhante com nossos novos jatos E2”, disse Stein Nilsen, presidente e CEO da Widerøe, que foi um dos passageiros do primeiro voo comercial da aeronave.

“Este é um dia verdadeiramente histórico para o programa de E-Jets e para a Embraer”, disse John Slattery, Presidente & CEO da Embraer Aviação Comercial. “O primeiro voo comercial é a maior conquista de anos de trabalho e planejamento. Eu sei que os clientes da Widerøe vão adorar voar em um avião tão eficiente.”

De acordo com a Embraer, o novo E190-E2 tem os níveis de ruído e emissões mais baixos em sua categoria e consome 17,3% menos combustível do que o E190 da primeira geração. A fabricante ainda afirma que, em algumas condições de voo, o ruído na cabine do E2 corresponde à metade do captado na “principal aeronave concorrente”, no caso os jatos CSeries da Bombardier.

O E190-E2 pode voar por mais de 5.300 km (Thiago Vinholes)
O E190-E2 pode voar por mais de 5.300 km (Thiago Vinholes)

O desenvolvimento da nova geração dos E-Jets E2 foi iniciado em 2013, quando a Embraer anunciou o lançamento do programa durante o Paris Air Show daquele ano. O primeiro voo do E190-E2 foi realizado em 23 de maio de 2016. Após completar todas as etapas de testes com os protótipos, a aeronave recebeu a certificação dos órgãos aeronáuticos para voos comerciais em fevereiro deste ano.

A nova família de jatos comerciais da Embraer ainda compreende os modelos E195-E2 e o E175-E2, ainda em de fase de teste e produção. A fabricante tem até o momento, segundo o balando mais recente, 280 pedidos firmes pelos três modelos E2.

O E190-E2 da Wideroe tem assentos com 29 polegadas de espaço entre os assentos (Thiago Vinholes)
O E190-E2 da Wideroe tem a cabine configurada para transportar 114 passageiros (Thiago Vinholes)

Que companhia é essa?

A Widerøe é a maior companhia regional da Escandinávia e também umas das mais antigas do mundo. A empresa foi fundada em 19 de fevereiro de 1934. Sua primeira área de atuação, porém, não foram os voos comerciais, mas sim voos de cartografia. Um dos primeiros trabalhos da empresa foi o mapeamento de mais de 4.000 km da costa da Antártica.

A Widerøe iniciou o transporte de passageiros no início da década de 1950 com hidroaviões (Norsk Luftfartsmuseum)
A Widerøe iniciou o transporte de passageiros no início da década de 1950 com hidroaviões, como o monomotor DHC-3 Otter na imagem (Norsk Luftfartsmuseum)

Durante a Segunda Guerra Mundial a maior parte dos aviões e pilotos da Widerøe foram recrutados para o esforço bélico da Noruega, que acabou invadida pela Alemanha nazista em 1941. Terminado o conflito, a empresa voltou ao trabalho com voos de reconhecimento fotográfico.

A empresa entrou no ramo de transporte de passageiros somente em 1954, quando aceitou um contrato da SAS, tradicional companhia multi-nacional da Escandinávia, para operar hidroaviões pelo interior da Noruega. Desde então, a Widerøe não parou mais.

A Widerøe opera atualmente mais de 40 modelos turbo-hélice Bombardier Dash-8 (Widerøe)
A Widerøe opera atualmente mais de 40 modelos turbo-hélice da série Bombardier Dash-8 (Widerøe)

A Noruega é um país montanhoso, com pouco espaço para construir grandes aeroportos. Por conta disso, a Widerøe em mais de 80 de anos construiu uma curiosa rede de conexões pelo país. A companhia oferece voos que podem levar apenas 10 minutos em trechos cruzando fiordes e montanhas que de carro levariam mais de cinco horas. A companhia, por outro lado, também oferece trechos domésticos e internacionais com mais de duas horas de duração, tempo que agora poderá ser encurtado pelos jatos da Embraer – a empresa também opera na Alemanha, Suécia e Inglaterra.

Devido a complexidade de operar na Noruega, ao longo dos anos a Widerøe montou uma frota de aeronaves capaz de ligar pontos de difícil acesso terrestre pelo país. O primeiro avião de passageiros da empresa foi o monomotor de Havilland Canada DHC-3 Otter, equipado com flutuadores.

Com o passar do tempo e a introdução de melhorias na infraestrutura de aviação regional na Noruega, no final da década de 1960 a companhia começou a trocar seus hidroaviões por modelos turbo-hélice com capacidade para operar em aeroportos pequenos.

A Wideroe já operou o turbo-hélice Brasília na década de 1990 (Norsk Luftartsmuseum)
A Wideroe já operou o turbo-hélice Brasília na década de 1990 (Norsk Luftartsmuseum)

Um dos turbo-hélice operados pela Widerøe foi o Embraer EMB-120 Brasília. Entre 1992 e 1998, a empresa norueguesa voou com três modelos da empresa brasileira. Os aviões eram equipados com cabines para 30 passageiros.

Atualmente, a Widerøe tem em serviço mais de 40 aviões turbo-hélice. A frota é formada por diferentes versões da série Bombardier Dash-8, hoje chamados pela fabricante canadense de QSeries.

Com os novos jatos da Embraer, a empresa tem a oportunidade de transportar mais passageiros em menos tempo para os seus principais pontos de conexões pela Noruega. Além do mercado doméstico, a Widerøe também planeja utilizar o E190-E2 em rotas internacionais pela Europa.

Veja mais: Problemas com o 787 faz Latam alugar Boeing 747

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