Empresa de leasing Avolon cancela mais 27 pedidos de Boeing 737 MAX

Com nova desistência, empresa irlandesa agora soma 102 cancelamentos do jato que segue proibido de voar
Boeing 737 MAX 7
Boeing 737 MAX 7 (Steve Lynes/Wikimedia Commons)
O primeiros voos de recertificação foram realizados com um 737 MAX 7 (Steve Lynes/Wikimedia Commons)

Embora esteja perto de ser recertificado, o Boeing 737 MAX continua perdendo clientes. A locadora de aviões Avolon, com sede na Irlanda, cancelou nesta semana a compra de mais 27 jatos Boeing 737 Max. No primeiro trimestre deste ano, a empresa já havia desistido de adquirir 75 aeronaves da linha MAX, que seguem proibidas de realizar voos comerciais desde março de 2019.

Antes um dos maiores clientes do 737 Max, a Avolon agora possui apenas 23 pedidos pelos jatos da Boeing. Até o aterramento da aeronave, a empresa recebeu nove jatos da série MAX, alguns dos quais foram alugados pelas companhias Lion Air, SpiceJet e Mongolian Airlines.

“O segundo trimestre foi um período desafiador para o setor de aviação, pois a Covid-19 impactou o setor em uma escala global sem precedentes, trazendo incertezas contínuas sobre o ritmo e o tempo de uma recuperação”, disse Dómhnal Slattery, CEO da Avolon. “Os próximos meses serão difíceis, mas temos a experiência e o balanço para gerenciar esses ventos contrários.”

No acumulado do ano, os clientes da Boeing cancelaram 462 pedidos pelo Max, de acordo com a consultoria britânica Cirium. A Avolon, com 102 cancelamentos, lidera o ranking de desistências.

“À luz da pandemia do Covid-19, continuamos a trabalhar com nossos clientes para equilibrar a oferta e a demanda com as realidades do mercado, especialmente no setor de leasing”, afirmou o porta-voz da Boeing ao Flight Global em resposta aos novos cancelamentos da Avolon. “Chegamos a um acordo com a Avolon para reestruturar ainda mais sua carteira de pedidos. Agradecemos o compromisso contínuo da Avolon com a família 737 por meio de seus pedidos pendentes.”

Houve algumas notícias relativamente boas na semana passada sobre o Boeing 737 Max. O modelo completou uma série de voos de certificação com técnicos do FAA, a agência de aviação civil dos EUA. Este é um passo crucial no caminho da recertificação. As estimativas mais recentes apontam que o avião deve ser liberado para realizar voos comerciais em setembro.

Por enquanto, a Boeing ainda mantém uma invejável lista de encomendas pelo 737 Mxa a serem entregues. Até maio, ela possuía 3.776 unidades no seu “backlog”, mas apenas 37 delas foram de pedidos após a proibição dos voos da aeronave, que somou dois acidentes fatais entre 2018 e 2019 causando um total de 346 óbitos.

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  1. A credibilidade da Boeing não está nada bem, não só pelo Max. Um dos problemas agora é a confiança na aeronave. Quem vai ter coragem de voar num desses? Eu sinceramente não tenho.

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