FAB está próxima de acordo com Embraer para reduzir encomenda do KC-390

Segundo o Comandante da Aeronáutica, restrições orçamentárias fariam entregas da encomenda de 28 aviões serem estendidas até 2036
A África do Sul foi citada recentemente como um dos interessados na compra do Embraer KC-390 (Sgt Müller Marin/FAB)

A polêmica redução da encomenda de 28 jatos cargueiros KC-390 anunciada pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, no ano passado, está perto de um acordo com a Embraer, afirmou o militar em entrevista publicada pelo jornal Folha de São Paulo nesta segunda-feira, 31.

De acordo com Baptista Junior, a Força Aérea Brasileira só dispõe de R$ 1 bilhão de orçamento anual para o programa KC-390. “Comprar 28, só vamos receber daqui a 14 anos, não faz sentido para nós ou para a Embraer. Há processos de obsolescência a analisar”, explicou o Comandante da Aeronáutica.

O Tenente-Brigadeiro também deixou claro que a atual gestão prioriza a força militar e não o desenvolvimento da indústria nacional, como ocorreu em outras ocasiões no passado. Baptista, no entanto, reconheceu que a FAB precisaria dos 28 KC-390 “ou até mais”.

De acordo com o militar, a Força Aérea tem na defesa aérea sua missão principal, daí a encomenda de 36 caças Saab Gripen ser o mais importante programa em curso.

Até o final de 2021, a FAB havia recebido cinco aviões de transporte militar da Embraer. Estima-se que a encomenda possa ser reduzida em até 13 KC-390, fazendo com que o jato multifunção tenha apenas 22 pedidos firmes – além do Brasil, Portugal tem um acordo para cinco aeronaves e a Hungria, outras duas unidades.

O Comandante da Aeronáutica Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior (FAB)

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  1. “Há processos de obsolescência a analisar”, explicou o Comandante da Aeronáutica. Essa frase pode ser interpretada como se até 2036 o KC-390, em sua parte ou no todo, estaria obsoleto? Será que a Embraer, durante o projeto, já não se preparou para modernizar o avião? Se for pensar assim o que dizer do C-130 Hércules que já tem mais de 60 anos “nas costas”. Sei lá, essa frase do militar soa mais como desculpa para tentar justificar o cancelamento de metade das encomendas.

  2. Pelo meu ponto de visão o KC-390 é uma aeronave com pelo menos 30 anos de vida , e a Embraer esta na vanguarda em questão de tecnologia e em caso de necessidade ela pode atualizar o jato com competência , já com relação a FAB, esta na cara que é uma desculpa …mas vamos ver tb que as coisas em questão de orçamento não esta fáceis de modo geral no país , mas poderia ter uma extensão no prazo de entrega dos KC-390 ate mais a frente , mantendo as atividades e empregos da Embraer, assim comprometendo anualmente menos recursos da FAB

  3. Está claro que o brigadeiro disse esse governo não há interesse em desenvolver a indústria nacional, eles podem está fazendo um acordo uma empresa estrangeira

  4. Me parece que esse brigadeiro tem problemas sérios de discernimento. Afinal é impossível ter força militar efetiva sem uma forte base industrial de defesa. ” a atual gestão prioriza a força militar e não o desenvolvimento da indústria nacional, como ocorreu em outras ocasiões no passado” Que frase estúpida e irresponsavel. A redação tem certeza que essa perola saiu da boca do brigadeiro? Saudades do tempo em que tinhamos militares com maior capacidade intelectual.

  5. Olá, Verluno, essas foram as palavras do Comandante da Aeronáutica, segundo o jornal: “Nesses 50 anos, fizemos opções. Não temos a opção de fazer a Embraer em vez de fazer a Força Aérea. Temos de fazer a Força Aérea, trazendo o spin-off de toda a indústria. Muitas vezes, a opção priorizou a Embraer, para desenvolvimento da indústria. Mas minha função aqui é fazer a Força Aérea.”

  6. É o primeiro comandante de uma FFAA de um país grande que ouço falar, que não enxerga a Defesa Nacional como uma força motriz importante para o desenvolvimento da industria do seu país. É assustador o amadorismo e o interesse pessoal que há manifesto na liderança das nossas FFAA nos últimos anos.

  7. “Não prioriza o desenvolvimento da indústria nacional”. Foi a pior coisa que já ouvi desse governo. Simplesmente andando para traz. Enquanto outros países gastam bilhoes em novas tecnologias. Estamos andando de ré.

  8. Corretíssimo o Comandante da Aeronáutica. Com essa atitude de ótimo administrador, a FAB, fica livre para outras opções, uma vez, pode optar por outras aeronaves mais adequadas, e também a velocidade da tecnologia embarcada avança muito mais rápido do que na época dos C 130, e não fica preso 14 anos até receber o restante da encomenda. Assim deve ser o comando inteligente da FAB. Os acionistas que banquem os investimentos para serem mais competitivos.

  9. Importabte lembrar que a Embraer é uma empresa privada de capital em grande parte estrangeiro. A Embraer também tem seus interesses comerciais independentemente do Brasil Nação. Não vejo por que a FAB não pode fazer suas compras e traçar suas estratégias de forma independente da Embraer. Pode sim ajudar, mas sem comprometer o orçamento.
    O KC é um avião um tanto limitado para o uso no Brasil pois motores a jato não são os ideais para operação em pistas curtas e rústicas com pedras e detritos, sem capacidade de reabastecimento.
    O dinheiro é sum limitado e deve ser direcionado para as prioridades. Importante lembrar que por exemplo a dita transferência de tecnologia que nos fez pagar caro pelo Grippen, acabou se mostrando menos importante e menos frutífera que se pensava. Sejamos mais pragmáticos na gestão do dinheiro sim.

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