![O primeiro pouso de um avião da FAB a bordo do porta-aviões NAe Minas Gerais aconteceu em 22 de junho de 1965 (Foto - FAB)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2015/06/M065-f165-960x546.jpg)
Entre 1965 e 1996, as operações com aeronaves de asa fixa nos porta-aviões da Marinha do Brasil eram realizadas pela Força Aérea Brasileira (FAB). O “Grupo de Aviação Embarcada” da FAB realizou os serviços com o navio-aeródromo NAe Minas Gerais (aposentado em 2001), até passar a função ao Grupo de Aviação da própria Marinha, que até então operava somente com helicópteros.
O primeiro pouso de um avião da FAB a bordo do porta-aviões Minas Gerais aconteceu em 22 de junho de 1965, quando um Grummam P-16 conseguiu se enganchar nos cabos sobre o convés e pousou com segurança. Na ocasião, o avião de patrulha marítima pilotado pelo então Major Antônio Claret Jordão, tendo como co-piloto o Capitão Iale Renan Accioly Martins de Freitas, sofreu uma desaceleração de 200 km/h a 0 km/h quase que imediata.
No dia seguinte ao primeiro pouso, a FAB realizou mais 36 pousos e decolagens com o P-16 a partir do porta-aviões Minas Gerais.
Com alta frequência de pousos e decolagens, o esquadrão embarcado da FAB aprendeu sobre missões de patrulha marítima e guerra anti-submarino a partir de porta-aviões. Essas operações antes eram realizadas a partir de bases em terra e o uso do navio-aeródromo aumentou o raio de ação e alcance da Marinha e da força aérea.
A bordo do NAe Minas Gerais
Primeiro porta-aviões do Brasil, o NAe Minas Gerais foi comprado na Marinha da Austrália (Royal Australian Navy) em 1956, quando ainda se chamava HMS Vengeance.
![O porta-aviões Minas Gerais, antes de ser incorporado a Marinha do Brasil, serviu na Inglaterra e Austrália (Foto - FAB)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2015/06/a11-960x614.jpg)
O navio foi construído em 1942 pela Inglaterra, que o utilizou durante a campanha do Pacífico contra o Japão na Segunda Guerra Mundial. A embarcação, inclusive, chegou a enfrentar ataques de pilotos kamikazes e no final do conflito, em 30 de agosto de 1945, ao aportar em Tóquio recebeu o comandante da marinha japonesa Yuzo Tanno com uma carta de rendição de seu país para o Império Britânico.
Antes de ser incorporado a Marinha do Brasil, o que aconteceria somente em 1960, o Minas Gerais foi enviado para uma completa reforma na Holanda. Nesse processo o navio ganhou um convés de voo com ângulo de 8,5°, como uma rampa, e um novo sistema de catapulta a vapor para permitir o lançamento de aeronaves mais pesadas (até 13.640 kg), como o P-16.
![O pouso embarcado depende do engate com um cabo no convés do porta-aviões (Foto - FAB)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2015/06/i1561914071851385.jpg)
A serviço pela Inglaterra, o então Vengeance recebeu aeronaves como o Sea Fury e Fairey Firefly. Já a Austrália chegou a operar com os jatos Sea Venom a bordo do mesmo navio. O Minas Gerais receberia um jato novamente somente em 2001, os caça AF-1 da Marinha do Brasil.
O Minas Gerais tinha um total de 211,8 metros de comprimento e 36,3 m de largura, o que permitia receber uma combinação de até 21 aviões e helicópteros, além de uma tripulação de 1.000 homens. O primeiro porta-aviões do Brasil ainda era armado com canhões de 20 mm para auto-defesa e podia navegar por até 19.000 mil km impulsionado por turbinas a vapor.
![As asas dos P-16 podiam ser dobradas, facilitando as operações do espaço limitado convés (Foto - FAB)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2015/06/i1561913570981737.jpg)
Durante toda sua carreira com a Marinha do Brasil, o Minas Gerais operou como porta-aviões de guerra contra submarinos. Nesse mesmo tempo, a Argentina também teve dois porta-aviões, mas configurados como embarcações de ataque e defesa. A embarcação 25 de Mayo, por exemplo, foi utilizada pela Argentina contra a Inglaterra na Guerra das Malvinas e durante anos provocou o Chile em águas no Atlântico Sul.
O NAe Minas Gerais, porém, teve um fim trágico. Apesar de seu valor histórico nas três marinhas em que serviu, a embarcação foi descartada em 2003 e desmontada como sucata na Índia.
A bordo do NAe São Paulo
Adquirido no ano 2000 pela quantia de US$ 15 milhões, o NAe São Paulo foi o segundo porta-aviões da Marinha do Brasil e substituiu o Minas Gerais em 2001. A embarcação, desta vez sob controle total da força naval, é 50% mais rápida (velocidade máxima de 30 nós – 55 km/h) que seu antecessor e pode carregar o dobro de aeronaves.
![O NAe São Paulo pode transportar uma combinação de 40 aviões e helicópteros (Foto - Marinha do Brasil)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2015/06/A12_Foto_Marinha_do_Brasil-610x640.jpg)
O porta-aviões São Paulo foi construído na França entre 1957 e 1960 e serviu a marinha daquele país com o nome FS Fosh. O navio, com bandeira da França, participou em combates no Iêmen, Líbano e na antiga Iugoslávia, operando com aeronaves como os caças F-8 Crusader e Dassault Super Étendard.
No Brasil, o NAe São Paulo já operou com os caças AF-1 (designação da Marinha para o Douglas A-4 Skyhank) e o patrulheiro S-2 Tracker, além de helicópteros Sea King, Esquilo e o Super Puma. Diferentemente do Minas Gerais, que possui somente uma catapulta, o São Paulo conta com dois pontos de lançamento, que podem ser operados simultaneamente.
![Um caça AF-1 sendo lançado pela catapulta do porta-aviões NAe São Paulo (Foto - Marinha do Brasil)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2015/06/5431512766_1579fb7311_o-960x592.jpg)
O atual navio-aeródromo do Brasil tem 266 metros de comprimento e 51,2 m de largura, medidas que o colocam como o maior navio de uma força naval da América Latina e o quinto maior porta-aviões do mundo, atrás apenas de embarcações da Índia, China, Rússia e Estados Unidos.
A embarcação, entretanto, encontra-se parada no porto do Rio de Janeiro desde 2011 devido a uma série de problemas mecânicos, o que paralisou as operações aeroembarcadas da Marinha. O porta-aviões foi recentemente “docado” para uma profunda reforma que tem prazo de conclusão para 2019.
otima materia cada dia mais to ficando fã do site. Hoje na minha opinião é o melhor site de aviação.