Força Aérea do Peru define data para escolha do próximo caça do país
No dia 31 de julho, governo de Lima escolherá entre Gripen, Rafale e F-16

O processo de seleção do próximo caça da Força Aérea Peruana (FAP) entrou em sua fase final e Lima já definiu a data para o anúncio oficial do escolhido, que será no dia 31 de julho.
O General Carlos Enrique Chávez Cateriano, comandante geral da FAP, informou que o plano de aquisição de 24 aeronaves será concluído até 2026.
Nesse caso, serão 12 aeronaves contratadas já em 2025 e as demais no próximo ano, sendo um cronograma realmente muito curto para uma aquisição de tal volume, mostrando a urgência do país vizinho em definir seu vetor de caça.

O General Cateriano revelou também que o orçamento de US$ 3,5 bilhões para a compra das aeronaves já está assegurado pelo governo peruano e que US$ 2 bilhões serão alocados ainda este ano.
Um “Decreto Supremo” da presidente peruana Dina Boluarte liberará os US$ 2 bilhões iniciais no final de junho e o contrato de compra do caça escolhido se fará após 31 de julho, provavelmente entre outubro e dezembro.

Cateriano informou que a fase atual é a de recebimento das propostas de preços e condições de financiamento dos fabricantes classificados para a etapa final.
Na disputa estão os caças Saab Gripen E/F, Lockheed Martin F-16 Block 70 e Dassault Rafale F4, sendo todas as aeronaves novas, num total de 20 monopostos e 4 bipostos.

Com a aquisição de 24 caças modernos, de 4,5ª geração, o Peru revitaliza sua força aérea, que atualmente opera os caças Dassault Mirage 2000P/DP e MIG-29.
Além do aumento da capacidade defensiva do país, a FAP também dará um salto tecnológico enorme, colocando-se como uma das forças aéreas mais capazes da região.

Implicações para o Peru e vizinhos
Por ora, o governo peruano não aponta para um vencedor, mas a escolha de cada um dos selecionados possui suas próprias implicações.
Para o Brasil, a aquisição do Gripen ajudaria no programa das versões E/F, do qual o país, via Embraer, tem participação.
Todavia, existe uma questão política entre os governos dos dois países e não se sabe até onde isso arruinaria a imagem do Gripen.
Já o F-16 coloca o Peru diretamente na esfera de influência do governo de Donald Trump, com implicações futuras no uso de tais vetores.

Para o Chile, essa escolha seria ambígua, uma vez que o belicoso vizinho não poderia utilizar o F-16 Block 70 contra seus F-16 Block 50 e também os MLUs usados da Holanda.
No entanto, o Peru teria uma versão do F-16 muito mais capaz que as operadas pela FACh, a Força Aérea Chilena, embora em quantidade muito menor.
Por fim, o Rafale F4 — versão mais recente e moderna do caça — daria continuidade à relação do Peru com o fabricante francês, com a FAP tendo certa vantagem regional ao operar um caça bimotor ante os rivais monomotores.