GOL conclui reestruturação nos EUA e estuda ampliar frota com jatos Embraer
Com novo perfil financeiro, companhia avalia retomada com aviões regionais além dos Boeing 737

A GOL Linhas Aéreas finalizou seu processo de reestruturação sob o Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos, encerrando o trâmite judicial em Nova York na sexta-feira (6).
O resultado marca o fim de uma fase crítica iniciada em janeiro de 2024 e abre espaço para que a companhia aérea recupere escala e amplie sua malha de voos até 2026.
A reestruturação envolveu a captação de US$ 1,9 bilhão em recursos e o pagamento integral do financiamento DIP, deixando a empresa com cerca de US$ 900 milhões em caixa. De acordo com o CEO Celso Ferrer, a GOL está pronta para crescer tanto em rotas domésticas quanto internacionais, com foco na América do Sul e em conexões com o sul da Flórida.
““Hoje somos significativamente mais fortes. Racionalizamos nossa frota, otimizamos nossos custos, redesenhamos nossa rede, aprimoramos nosso foco operacional e impulsionamos nossa eficiência administrativa”, disse Celso Ferrer, CEO da empresa aérea.

Jatos Embraer E2
Além da retomada da expansão, a companhia também pode diversificar sua frota. Embora o Boeing 737 permaneça como pilar principal da operação, Ferrer afirmou que a GOL está aberta a oportunidades envolvendo aeronaves da Embraer, especialmente em mercados regionais que exigem maior flexibilidade de capacidade.
O interesse marca uma possível mudança estratégica relevante para a empresa, que sempre operou com frota padronizada. O uso de jatos E2 da fabricante brasileira poderia abrir novas rotas e otimizar voos em mercados de média densidade.
A GOL foi a segunda companhia aérea que opera no Brasil a buscar proteção judicial nos EUA, seguindo a Latam em 2020, cuja sede do grupo é no Chile. Recentemente, a Azul também entrou com pedido de Chapter 11.
Apesar das dificuldades no setor, Ferrer confirmou que seguem as conversas para uma possível fusão entre GOL e Azul, mediadas pelo Grupo Abra — controlador de GOL e da Avianca. O CEO destacou que qualquer acordo só será fechado se for vantajoso em termos operacionais e de expansão.