Itapemirim anuncia investimento de R$ 2 bi para criação da companhia aérea
Presidente do grupo Itapemirim diz que já encomendou 35 aeronaves da Bombardier; primeiro avião será entregue em 2021


O empresário Sidnei Piva, presidente do grupo Itapemirim, anunciou um aporte de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões) de um dos fundos soberanos dos Emirados Árabes Unidos para a criação de uma companhia aérea, informou hoje o jornal Folha de São Paulo.
Piva é um dos empresários que acompanha o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), na missão empresarial ao país no Golfo Pérsico com o objetivo de atrair investimentos para companhias paulistas.
O presidente da Itapemirim antecipou ao jornal que já foram encomendadas 35 aeronaves da Bombardier com dois tipos de configuração de cabine: 15 modelos com capacidade para cerca de 80 passageiros e o restante para 100 ocupantes. Piva não especificou quais são as aeronaves, mas pelo número de assentos mencionado é provável que sejam jatos regionais da linha CRJ.
Segundo o empresário, a primeira aeronave será entregue em 2021. Piva ainda disse que pretende oferecer um serviço integrado de ônibus e avião para transporte de cargas e passageiros. “Algo que não existe em outro lugar do mundo”, afirmou.
O plano da Itapemirim também inclui participar das duas concessões dos 21 aeroportos regionais do estado de São Paulo. “Nossa meta é adquirir um ou os dois lotes que o governo de São Paulo acaba de lançar”, disse o empresário.
Itapemirim já atuou no setor aéreo
O interesse da Itapemirim pela aviação não é de hoje. Famosa no setor de transporte rodoviário com a Viação Itapemirim, o grupo sediado em Cachoeiro de Itapemirim (ES) já teve uma companhia aérea, a Itapemirim Cargo.
A empresa aérea da Itapemirim operou entre 1991 e 2000, quando teve sua licença cassada pelo Departamento de Aviação Civil (órgão que antecedeu a ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil). A companhia chegou a operar seis jatos Boeing 727 configurados como cargueiros.
Em julho de 2017, a Itapemirim anunciou que iria assumir o controle da Passaredo (atual VoePass) e expandir os negócios da companhia aérea de Ribeirão Preto com mais voos e a aquisição de novas aeronaves. A transação, porém, foi cancelada dois meses depois.
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