Maior avião bimotor da história, Boeing 777X completa primeiro voo

Após nove meses de atraso, nova geração do 777 finalmente ganha os céus; primeiras entregas são previstas para 2021
Devido ao mau tempo em Seattle, o voo do 777X aconteceu dois dias após o planejado pela Boeing (Boeing)

Depois de quase um ano de notícias angustiantes relatando a crise em torno do 737 MAX, diretores da Boeing voltaram a sorrir neste sábado (25) ao acompanhar o primeiro voo do novo 777X. A aeronave decolou da sede da companhia em Everett, nos EUA, permaneceu voando por quatro horas e pousou no Boeing Field (aeroporto de King County), em Seattle.

O primeiro voo do novo 777 foi executado com cerca de nove meses de atraso. A empresa planejava iniciar o programa de testes em voo no primeiro semestre do ano passado, mas o segundo acidente com o 737 MAX em março a obrigou a cancelar a apresentação pública da aeronave, que acabou restrita apenas aos funcionários.

A Boeing ainda justificou a demora em voar com o 777X devido a problemas de durabilidade encontrados nos motores que equipam o avião. A nova geração do 777 é impulsionada pelo turbofan GE9X da General Eletric, o maior motor a jato já construído.

Todos esses impasses levaram a fabricante a adiar o lançamento da aeronave. Em outubro do ano passado, a Boeing informou seus acionistas que planejava iniciar as entregas do 777X até o início de 2021.

Novo gigante

O primeiro modelo da nova série testado pela Boeing é o 777-9. Com 76,7 metros de comprimento e capacidade para transportar até 426 passageiros, o novo jato comercial é o maior avião bimotor de todos os tempos. A família 777X também inclui o modelo menor 777-8, mas seu desenvolvimento está temporariamente suspenso enquanto a fabricante foca em questões mais urgentes.

Outro detalhe que chama atenção no 777X é sua envergadura de 71,8 m. É tão grande que a Boeing precisou criar um dispositivo que dobra a ponta das asas para o avião “caber” nos aeroportos sem que precisem de reformas e adaptações, como acontece com o gigante Airbus A380.

Ao dobrar as pontas das asas, a envergadura do 777X é reduzida em sete metros e chega em 64,8 m, mesma medida dos 777 da geração anterior (Boeing)

A fabricante afirma que os jatos 777X podem ser até 20% mais eficientes em consumo de combustível comparados aos modelos da primeira geração e ainda levam mais passageiros. Além de ocupar o lugar de 777 mais antigos, o novo avião de corpo largo da Boeing também surge como o substituto definitivo para o Boeing 747, que deve ser descontinuado nos próximos anos.

A Boeing tem hoje uma carteira de pedidos por 309 exemplares do 777X, acumuladas desde o lançamento do programa, em 2013. As primeiras empresas aéreas que devem voar com a novidade são a Emirates Airlines e Lufthansa. O jato (na versão 777-9) também foi encomendado pela All Nippon Airways, British Airways, Cathay Pacific, Singapore Airlines e Qatar Airways.

Veja mais: Bombardier pode reduzir sua participação no programa A220

Total
0
Shares
1 comments
  1. Com certeza é voo do “Renascimento Simbólico” da Boeing, depois de um 2019 terrível!
    O 777X é bem imponente e o som dos motores é bem diferente do que normalmente ouvimos; parece soar num tom mais grave e mais alto que os do 777 clássicos. Espero que isso não seja um problema para a Boeing em alguns aeroportos…

Comments are closed.

Previous Post
Descontinuado em 2003, o Brasilia foi o último turboélice comercial da Embraer (Embraer)

Boeing está “ansiosa” com possível novo turboélice da Embraer

Next Post

Companhia aérea da Ásia cogita mudar encomenda de 737 Max para jatos da Embraer

Related Posts
Total
0
Share