Mais um Airbus A380 começa a ser desmontado na França

Cerca de 90% dos componentes da aeronave desativada podem ser reaproveitados em modelos que continuam em serviço
(Jean Luc Bonnard)

Triste fim para mais um Airbus A380. O modelo com matrícula 9V-SKB, operado pela companhia Singapore Airlines entre 2008 e 2018, começou a ser desmontado na França neste mês. Esse já é o segundo “superjumbo” submetido ao sucateamento, processo que pode levar mais de um ano para ser concluído devido ao grande porte e complexidade da aeronave.

O desmantelamento do avião de dois andares é realizado pela Tarmac Aerospace, divisão do grupo Airbus especializada no armazenamento e reciclagem de aeronaves desativadas. Essa mesma empresa foi responsável pela desmontagem do primeiro A380, que também era operado pela Singapore.

Segundo a Tarmac, é possível aproveitar 90% das componentes na desmontagem do A380, que ao final do processo vira apenas uma enorme fuselagem vazia sustentada por um grande suporte móvel. As peças retiradas dos aviões desativados podem ser reaproveitados por unidades que continuam em serviço.

Assim como no primeiro caso, o segundo A380 enviado para a desmontagem também é propriedade da companhia de leasing Dr. Peters, da Alemanha. A empresa não conseguiu novos clientes para assumir as aeronaves e prevendo altos custos para mantê-las armazenadas, preferiu sucateá-las.

O grupo alemão ainda tem mais dois gigantes da Airbus estocados à espera de um novo destino, incluindo o primeiro modelo da série desativado pela Air France no final de novembro – o outro era operado pela Singapore. Até o momento, apenas um A380 da empresa de leasing ganhou sobrevida, alugado pela companhia de wet-lease Hi-Fly.

Elefante branco com asas

Lançado na década passada, o A380 teve até hoje cerca de 240 unidades construídas, quase metade delas operando com a Emirates Airline. Sem expectativas de aumentar seus pedidos ou conquistar novos clientes, a Airbus anunciou o fim da produção da aeronave para 2021. A fabricante ainda tem 11 aparelhos (10 para Emirates e um para a ANA) para concluir e entregar.

Apesar de sua incomum capacidade de passageiros e atração nos aeroportos onde opera, o A380 vem sendo condenado por suas dificuldades operacionais, altos custos e o surgimento de jatos menores e mais eficientes, casos do Boeing 787 e o Airbus A350.

Embora ainda tenha muitos anos de carreira pela frente, o A380 deve cair em desuso a partir da próxima década. Operadores como Air France, Lufthansa e Qatars Airways já anunciaram que vão aposentar ou reduzir suas frotas do tipo nos próximos anos. O destinos de tais aeronaves certamente também deve ser o desmantelamento.

Veja mais: ANAC autoriza abertura de primeiro aeroporto executivo do Brasil

 

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  1. Não e que são contra, e sim pq o custo pra manter ele e MT alto. Mais bancos, mais passageiros, não enche, fica com prejuízo. Assim e uma loja de rede, constrói gasta milhões. Passa um tempo aquele ponto n gera renda e n consegue se pagar. Pra n ficar empurrando com a barriga até melhorar, melhor e desfazer msm. Infelizmente e um desperdício msm, mas em questão de dinheiro. E o certo a fazer.

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