Malaysia Airlines terá aviões monitorados em tempo real

Companhia aérea, que teve um 777 desaparecido em voo, é a primeira no mundo a utilizar a nova versão do sistema SITAONAIR

A busca pelo avião da Malaysian é a maior operação desse tipo já realizada na história (Divulgação)
A busca pelo avião da Malaysian é a maior operação desse tipo já realizada na história (Divulgação)
As buscas pelo voo MH370 consumiram quase R$ 500 milhões (Divulgação)
Se existisse hoje, o SITAONAIR teria impedido o desaparecimento do voo MH370 (Divulgação)

Se o mistério do paradeiro do Boeing 777-200ER do voo 370 da Malaysia Airlines continua até hoje, ao menos num futuro próximo os aviões da companhia aérea malaia não terão mais essa possibilidade. A Malaysia é a primeira cliente da nova versão do sistema SITAONAIR, desenvolvido em parceria pela empresa Aireon e o serviço online de monitoramento de voos FlightAware.

Com ele, será possível prevenir incidentes similares ao do voo 370 em que, ao que tudo indica, o piloto desligou o transponder e alterou a rota do jato após 40 minutos da decolagem. Após meses de investigação, é dado como hipótese mais provável que o 777 com 239 pessoas a bordo tenha rumado no sentido do Oceano Índico e desaparecido em algum ponto próximo da África – até hoje apenas algumas peças do avião foram encontradas.

O SITAONAIR surgiu há alguns anos fornecendo o posicionamento dos aviões pelo cruzamento de várias informações como plano de voo, informações do controle de tráfego aéreo e satélites. Com isso, ele hoje oferece a posição de aeronaves a cada 15 minutos para 90 empresas aéreas, incluindo a brasileira Azul. O intervalo é o que determina a ICAO, organismo internacional de aviação civil, que estipulou como meta esse tipo de monitoramento do tráfego aéreo a partir de novembro de 2018.

Já a nova versão do sistema consiste no uso de um equipamento da Aireon, o ADS-B (Automatic Dependent Surveillance-Broadcast, algo como transmissão de vigilância automática) que enviará minuto a minuto a posição e outros dados do voo via satélite para o FlightAware. Graças a isso é possível eliminar algumas regiões que hoje não são cobertas por nenhum radar como oceanos e espaços aéreos remotos e reduzir o intervalo de informação a apenas um minuto – tempo que será obrigatório saber a posição das aeronaves a partir de 2021.

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Tela do SITAONAIR: versão atual, menos precisa, é utilizada por 90 companhias aéreas, incluindo a Azul (FlightAware)

“A Malaysia Airlines estará na vanguarda da tecnologia de rastreamento de voo em tempo real. Com acesso a relatórios atualizados, a companhia saberá a localização, proa, velocidade e a altitude de todas as aeronaves em sua frota, em todos os momentos, e será alertada para quaisquer exceções “, disse o diretor da SITAONAIR, Paul Gibson.

É, sem dúvida, um recurso que a aviação comercial já deveria ter como rotina há vários anos. Por mais que a cobertura de radares tenha crescido e hoje os aviões utilizem modernos sistemas de navegação, incluindo o uso de satélites, a ausência de uma cobertura plena do planeta é algo inaceitável com o nível tecnológico atual. Espera-se que mais empresas aéreas adotem o monitoramento de suas aeronaves em tempo real daqui em diante.

A nova fase do projeto SITAONAIR deve entrar em operação no ano que vem, assim todos os 66 satélites previstos pela Aireon estejam em órbita e funcionando.

Além da Azul, o A320neo também foi encomendado pela Avianca e Latam Airlines (Airbus)
A Azul é cliente do SITAONAIR, mas na versão que fornece posição a cada 15 minutos (Airbus)

Veja mais: Aviões que desapareceram para sempre

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