“Nossa meta é retomar cerca de 90 entregas anuais”, diz executivo da Embraer

Arjan Meijer afirmou que entregas de jatos comerciais da fabricante deverá crescer em dois dígitos
Embraer E195-E2 Tech Eagle
Embraer E195-E2 Tech Eagle (Embraer)

CEO da divisão de aviões comerciais da Embraer, o holandês Arjan Meijer fez um relato bastante detalhado sobre as perspectivas da empresa para os próximos anos.

Após ver as entregas de 2023 ficarem a uma aeronave da meta de 65 unidades, Meijer afirmou que o “nossa meta é retornar às cerca de 90 entregas anuais que alcançamos em 2018 e 2019”.

Para 2024, cuja meta será revelada dentro de algumas semanas, o executivo-chefe adiantou que espera um crescimento de “dois dígitos”.

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“Nossos números de entrega serão baseados no que nossos fornecedores podem produzir de forma realista”, disse Arjan, que acrescentou estar encorajado pela qualidade dos motores Pratt & Whitney GTF que estão equipando os novos E2 que saem de fábrica.

Arjan Meijer: crescimento de dois dígitos em 2024 (Embraer)

Veja a seguir alguns destaques revelados por Arjan Meijer:

Problemas do motor GTF

“Há um grupo de aeronaves mais antigas na frota mundial que precisará de revisões, mas no geral, seremos menos impactados do que outras plataformas porque o E2 teve mais melhorias integradas, que não geram tanto desgaste nos motores.”

Motor GTF, da Pratt & Whitney
Motor GTF, da Pratt & Whitney (Embraer)

Cadeia de suprimentos

“Poderíamos ter entregue mais aeronaves, mas temos que trabalhar dentro dos limites do nosso ciclo de planejamento. Ainda há espaço para melhorias, especialmente com o envio mais rápido de componentes para a linha de produção.”

Jatos E2 na América do Norte

“A Porter [Airlines, do Canadá] dá uma visibilidade tremenda ao E2 no enorme mercado dos EUA. As companhias aéreas estão começando a apreciar a autonomia da família de aviões, especialmente o maior E195-E2. O E2 já está gerando mais conversas com nossos clientes norte-americanos, mas irá levar um pouco de tempo para construir uma maior consciência.”

Jato E195-E2 da Porter Airlines
Jato E195-E2 da Porter Airlines (PA)

Escassez de pilotos

“Menos pilotos disponíveis favorecem o interesse em aeronaves de fuselagem estreita maiores, e isso cria uma lacuna entre essas aeronaves e a frota regional. Houve alguns anos fracos, mas a escassez parece estar se resolvendo.”

Clientes potenciais na Ásia

“A capacidade do E190-E2 se encaixa perfeitamente entre os jatos chineses – o ARJ21 na extremidade inferior e o C919 na extremidade superior. A Embraer levou o E190-E2 para Lhasa [cidade a 4.200 m de altiture no Tibete], para provar suas capacidades em condições extremas.”

Certificação do cargueiro E190F

“Concluímos nossa primeira conversão de passageiro em cargueiro, o E190F, em novembro passado. Estamos finalizando essa aeronave agora e esperamos o primeiro voo em meados do ano, com certificação logo depois.”

Primeiro jato cargueiro E190F
Primeiro jato cargueiro E190F (Embraer)

Demanda por aviões cargueiros

“A demanda por carga diminuiu desde que lançamos nosso programa P2F [Passageiro para Carga]. Mas você precisa desenvolver o projeto quando o mercado está um pouco lento para estar pronto quando a demanda voltar. Há muitas oportunidades para um cargueiro do tamanho de um E-Jet, especialmente com o boom no comércio eletrônico e a necessidade de remessas mais rápidas para mercados menores.”

Turboélice de nova geração

“Pausamos o desenvolvimento do conceito em 2022 simplesmente porque não tínhamos motor para ele na época. Ainda não temos, então destinamos alguns desses recursos ao nosso programa Energia, explorando novas tecnologias de propulsão – elétrica, elétrica híbrida e hidrogênio – no segmento de até 50 assentos”.

Concepção artística do turboélice de última geração da Embraer (Divulgação)
Concepção artística do turboélice de última geração da Embraer (Divulgação)

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