O Boeing 737 no Brasil

Jato comercial mais vendido da história teve carreira significativa no país, passando por diversas companhias
O 737-200 da Vasp no Galeão: primeira cliente do jato no Brasil (Pedro Aragão)
O 737-200 da Vasp no Galeão: primeira cliente do jato no Brasil (Pedro Aragão)
O 737-200 da Vasp no Galeão: primeira cliente do jato no Brasil (Pedro Aragão)

A história do Boeing no país é quase tão longa quanto sua carreira mundial. A Vasp foi a primeira cliente do jato americano, tendo encomendado 19 unidades do 737-200 em abril de 1968, ou seja, pouco depois de sua entrada em serviço com a Lufthansa. As primeiras unidades chegaram ao Brasil em julho de 1969, portanto, há quase 48 anos.

Apenas em 1974 a Varig, então uma cliente antiga da Boeing, considerou o modelo ao comprar 10 aviões. Na mesma data, a Cruzeiro do Sul encomendou outras seis aeronaves – um ano depois a empresa seria assumida pela Varig.

Em agosto de 1975, a Força Aérea Brasileira escolheu o 737 como jato presidencial, adquirindo duas unidades que chegaram ao país em janeiro do ano seguinte. Designados como VC-93, tiveram longa carreira de sucesso até ganharem a alcunha injusta de ‘sucatinhas’ por sua associação com os 707 comprados usados pela FAB e que estavam em condições bem inferiores de preservação.

Mas não foi esse o único apelido do 737 no Brasil. Na aviação comercial eles viraram o “brega” na versão -200 e o “chique” na versão -300, cujos primeiros exemplares chegaram ao país no início da década de 90 – alusão a uma novela da TV Globo.

Ponte aérea

Mas a presença do 737-300 no Brasil é mais antiga que isso. Em 1985, um exemplar da extinta companhia americana Piedmont veio ao país para demonstrar sua capacidade de pouso e decolagem no aeroporto Santos Dumont, então proibido para operações com jatos comerciais.

Mesmo bem sucedida, a apresentação só foi surtir efeito sete anos depois quando a idade avançada dos Electras da Varig e o início da abertura comercial forçaram a adoção de um novo serviço na ponte aérea Rio-São Paulo, rota mais rentável da aviação brasileira.

Foi quando a Vasp, Varig e Transbrasil passaram a voar com o 737-300, grande parte deles recebidos por meio de leasing. Alguns anos depois, a Varig trouxe a versão -500, de menor capacidade, para enfrentar a crescente concorrência da TAM, que utilizava o jato holandês Fokker 100 em voos entre as capitais e cidades do interior que tinham demanda menor.

A Gol também mantém parcerias com empresas como Air France, Delta e Copa Airlines (Gol)
A Gol é a maior operadora de todos os tempos do 737 no Brasil (Gol)

O 737 esteve presente na frota de várias outras empresas, mas foi a Gol sua maior usuária brasileira até hoje. Em 2001, a companhia aérea de proposta low-cost lançou serviços com o 737-700, cuja frota cresceu de forma espetacular, sobretudo quando o irmão 737-800 foi incorporado. Hoje a companhia brasileira é o 12º maior cliente da história do jato, com 176 unidades encomendas, inclusive da versão MAX, prevista para estrear nas suas rotas em 2018.

Já outros exemplares do 737 tiveram um triste fim no país. Após a falência da Vasp e Transbrasil, além de outras empresas pequenas, parte da frota apodreceu em aeroportos país afora até que a Justiça permitiu que eles fossem vendidos, infelizmente como sucata.

Algumas unidades ainda foram preservadas, mas com funções diferentes como restaurante ou playground. Destino nem um pouco à altura ao que esse avião teve em sua longa carreira.

Veja mais: Ponte aérea Rio-SP já teve avião “inquebrável” champanhe

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  1. Esqueceram de dizer que a GOL, Puma Air e Rico voaram com o 737-300. TAF, Rico e ATA Brasil com os 200Adv e inclusive os clássicos sobrevivem na Sideral com os 737-300SF e 400F.

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