Porque o caça stealth chinês J-20 preocupa os Estados Unidos

Jato de combate deve ter capacidade operacional em 2019 e irá conferir à China um poder aéreo só superado pelos americanos

Nova foto do caça Chengdu J-20: ameaça à soberania dos EUA (FLAAP)
Nova foto do caça Chengdu J-20: ameaça à soberania dos EUA (PLAAF)

Nos últimos dias a Força Aérea do Exército Popular de Libertação da China, também conhecida pela sigla em inglês PLAAF, liberou a primeira imagem oficial de um caça operacional Chengdu J-20.

Para quem ignora o que é um J-20 basta dizer que ele é o terceiro caça stealth operacional do mundo, atrás apenas dos americanos F-22 e F-35.

E são justamente os EUA que mais parecem temer a capacidade desse novo avião chinês, desenvolvido pelo país justamente para ampliar seu poderio e influência militar, à medida que a Rússia, tradicional opositor do Ocidente, perde protagonismo por questões econômicas.

Segundo declarou o general Charles Brown, responsável pelas Forças no Pacífico dos EUA, o J-20 é uma “maior ameaça, maior capacidade”. O militar acredita que a China deve declarar o caça operacional ainda neste ano, embora um esquadrão já esteja voando há alguns anos.

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Estima-se que existam pouco mais de 25 caças entregues à força aérea chinesa atualmente. É um número ainda modesto, mas significativo perto do que conseguiu até agora a Rússia com o Su-57, o caça stealth mais recente a entrar em produção. O projeto elogiado por Vladimir Putin, no entanto, passou por enormes atrasos e foi considerado em serviço de forma apressada. Além disso, a força aérea utiliza parte dos protótipos como aviões de produção.

O J-20 foi apresentado ao publico em 2016, mas ninguém pode vê-lo de perto (Alert5)
O J-20 foi apresentado ao público em 2016, mas ninguém pode vê-lo de perto (Alert5)

Maquete

Ao contrário da Rússia, os chineses não têm problema com falta de recursos. Com uma economia vigorosa e um setor industrial versátil, a China quer desbancar os EUA em vários sentidos, incluindo a tecnologia militar.

Segundo relatos recentes, cientistas do país teriam desenvolvido um novo tipo de material capaz de não ser detectado por ondas de radar. Essa descoberta teria possibilitado a criação de uma espécie de membrana, chamada de “metasuperfície” que teria a propriedade de absorver ondas em qualquer espectro.

Não se sabe se o J-20 utiliza algo dessa tecnologia, mas algumas de suas características não correspondem com o que se esperava de um avião stealth. Um deles são os motores com pós-combustor, versões locais de um turbofan russo usado pelo Su-27 no lugar de um projeto chinês que não deu certo. Como não inibem o calor, esses motores poderiam ser detectáveis por sensores.

Outro ponto polêmico é a adoção de canards, superfícies frontais de controle que não são usadas nos aviões dos EUA. Não se sabe exatamente como os chineses conseguiram criar uma assinatura de radar reduzida com essas protuberâncias.

Seja como for, o impacto do J-20 na estratégia dos EUA pode ser medida pelo fato de a Força Aérea ter construído uma maquete em tamanho do caça, vista recentemente em um base aérea do país. Ela é meramente uma estrutura estática possivelmente para ajudar os militares a identificar aspectos da aeronave. Como se vê, o J-20 já produziu ao menos um efeito no teatro militar.

Maquete em tamanho real de um J-20 flagrada numa base aérea dos EUA (Reprodução)

Veja também: China está desenvolvendo dois aviões stealth, diz agência americana

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