Primeiro caça Gripen NG do Brasil entra na fase final de produção

Voo inaugural da aeronave destinada à FAB está programado para este ano na Suécia
(Saab)
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O Gripen E em fase final de produção é uma aeronave FTI, destinada para testes com a FAB (Saab)

Falta pouco para o primeiro caça Gripen E (ou Gripen NG) da Força Aérea Brasileira (FAB) ser finalizado. A Saab informou neste mês que a aeronave entrou na “segunda fase de montagem final”, que inclui a instalação dos aviônicos, unidade de energia auxiliar (APU), motor, radar, canards e o canopi. O avião de combate está sendo construído na unidade da fabricante em Linköping, na Suécia.

A próxima etapa de produção é a verificação completa da aeronave, a instalação dos softwares de controle do caça e seus equipamentos e a simulação dos sistemas em solo. Concluída esta etapa, o primeiro Gripen do Brasil estará liberado para os voos de teste. Segundo a programação da Saab, o primeiro voo do modelo destinado à FAB está programado para julho deste ano.

Mikael Franzén, diretor da unidade de negócios Gripen Brasil da Saab, disse ao site Jane’s 360 em janeiro deste ano que os testes com o primeiro Gripen da FAB na Suécia contarão com a participação de pilotos brasileiros.

O Gripen em fase final de produção ainda é uma aeronave FTI (Flight Test Instrumentation) monoposto (para um piloto), destinada para testes e que posteriormente será convertida em modelo operacional. A Saab planeja entregar esse mesmo avião à FAB até o final de 2019. Já as primeiras aeronaves operacionais serão entregues a partir de 2021.

Gripen “Made in Brazil”

A Força Aérea Brasileira encomendou um total de 36 caças Gripen, sendo 28 modelos Gripen E monopostos e mais oito modelos “F”, para dois pilotos. O contrato avaliado em US$ 5,4 bilhões também inclui a transferência de tecnologia da Saab que permite construir a aeronave no Brasil, tarefa que será realizada pela Embraer e outras empresas brasileiras.

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O Gripen E também será produzido pela Embraer em Gavião Peixoto (Saab)

A produção nacional do Gripen será concentrada na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP). Ao todo, a fabricante brasileira vai produzir de forma integral 15 caças, sendo oito modelos monopostos e sete bipostos.

O primeiro modelo monoposto produzido no Brasil está programado para ser entregue à FAB em junho de 2020 e os bipostos a partir de setembro de 2023. O pedido deve ser concluído até novembro de 2024, segundo a programação da FAB.

A transferência de tecnologia para a construção do Gripen pode “libertar” o Brasil da necessidade de importar aviões de combate avançados no futuro. Com esse conhecimento adquirido, a indústria nacional será capaz de desenvolver seus próprios caças após a aposentaria dos Gripen NG da FAB, prevista para a década de 2040.

Caça multimissão

O novo Gripen é uma aeronave que pode atuar em diferentes funções. Além de caça de interceptação, também pode ser utilizado como bombardeiro e avião de reconhecimento armado.

A versão sueca do Gripen NG voou pela primeira vez em junho deste ano (SAAB)
A versão sueca do Gripen E voou pela primeira vez em junho de 2018 (Saab)

De acordo com o fabricante sueco, o Gripen NG pode voar a mach 1 (velocidade do som – 1.234 km/h) sem a necessidade de usar pós-combustor (quando o motor atua como se fosse um foguete) e, com força total, pode alcançar a velocidade máxima de 2.200 km/h.

Já a autonomia do caça, comparada a das versões anteriores do Gripen, aumentou 50%, mesmo sem a necessidade de reabastecimento aéreo. Em configuração de combate (armado com quatro mísseis e levando dois tanques de combustível externos), a nova geração da aeronave tem alcance de 1.800 km.

O sistemas que equipam o novo Gripen vão permitir o uso de mísseis ar-ar (de interceptação aérea) e ar-terra de médio e longo alcance orientados por radar, bombas “inteligentes” guiadas a laser, além de uma série de outros recursos, como sensores infra-vermelho de busca e equipamentos de guerra eletrônica, como perturbadores de radares e rádios.

Veja mais: Os estranhos e originais aviões de combate da Suécia

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  1. Boa Tarde,será uma muito bem vinda a chegada de um novo caça de superioridade como o caça multifunções como o Gripen E ou NG ,mas enquanto ele não chega ao nosso país porque não aceitar tambem a oferta dos EUA ,com os equipamentos oferecidos ao Brasil inclusive caças como o F-15 strake e os F-16 falcons seria uma boa também é uma ótima oportunidade,os militares das nossas forças armadas devem pensar nessa possibilidade também, porque o que não se pode é deixar o nosso espaço aéreo indefeso e também as nossas riquezas e nossas fronteiras expostas a uma invasão,devemos pensar no futuro pois na se sabe o dia de amanhã não podemos ficar estacionados nessa que não temos inimigos declarados proteção nunca é demais,fica aí a dica!

  2. Estou muito feliz em poder ver é testemunhar a primeira entrega destes caças a força aérea brasileira, tenho certeza que em um futuro bem próximo estaremos vendendo caças ao mundo, parabéns.

  3. Ronaldo, a adoção de aeronaves nunca utilizadas por nossos pilotos demandaria uma atualização da doutrina de nossa força aérea, treinamento intensivo durante meses, ou até anos, de pilotos e mecânicos, além de toda uma estrutura logística da cadeia de suprimentos. Quando tudo isso estivesse operacional, os caças suecos já estariam voando no Brasil. Sua ideia é bem intencionada, mas é inexequível no atual estágio em que se encontra o programa Gripen NG.

  4. Se tivermos uma guerra mesmo, ou será com países mal armados aqui perto ou com potências desenvolvidas usando porta aviões ou bases em vizinhos.
    Na primeira hipótese, uma ocupação permanente de solo brasileiro seria muito dificil pelos vizinhos, com ou sem Grppen.
    Na segunda, os aviões que podemos comprar não nos tornam páreo.
    Situação delicada é a do armamento da Venezuela pela Rússia.
    Para o que precisaríamos da dissuasão de uma aliança com os EUA, mais apoio diplomático internacional.
    Nossas necessidades “normais” são bem defensaveis com táticos como os nossos Tucanos, não?
    Ter em conta que o alcance de 1800 km é pouco se não tivermos varias bases ao longo da fronteira seca. E, nesse caso, precisamos de muitos aviões para distribuir.
    É importante mantermos nossas FFAA atualizadas e treinadas mas não podemos pagar o preço de sermos uma potência militar.

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