Saab aponta avanços no programa Gripen NG

Primeiro caça para a Força Aérea Brasileira já está em fase de produção na Suécia
A FAB deve receber os primeiros Gripen a partir de 2019 (Thiago Vinholes)
A FAB deve receber os primeiros Gripen a partir de 2019 (Thiago Vinholes)
A FAB deve receber os primeiros Gripen a partir de 2019 (Thiago Vinholes)
A FAB deve receber os primeiros Gripen a partir de 2019 (Thiago Vinholes)

Presente na Laad, feira de defesa e segurança realizada no Rio de Janeiro, a Saab apresentou nessa terça-feira (4) as atualizações do programa de desenvolvimento do caça Gripen NG para o Brasil. Em coletiva de imprensa, a fabricante sueca reafirmou que a nova geração da aeronave está programada para voar ainda no primeiro semestre deste ano.

“Grandes avanços estão ocorrendo no programa Gripen para o Brasil. A primeira aeronave para a Força Aérea Brasileira está em produção na fábrica da Saab, em Linköping (Suécia)”, disse Mikael Franzén, chefe da unidade de negócios Gripen Brasil na Saab.

“Além disso, engenheiros brasileiros estão participando do desenvolvimento e da integração dos sistemas do caça. Vemos uma excelente interação entre brasileiros e suecos, e muito entusiasmo por parte dos brasileiros que fazem parte do programa Gripen”, complementou Franzén.

A versão biposto do caça Gripen NG (também chamado de “Gripen F”) está sendo desenvolvida no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN – Gripen Design and Development Network), inaugurado em novembro de 2016, na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP). Como explicou a empresa sueca, o local já conta com a participação de 56 engenheiros – 40 brasileiros e 16 suecos.

Por hora, o Gripen NG biposto, modelo usado para treinamento de novos pilotos, será utilizado apenas pela Força Aérea Brasileira (FAB). Os jatos para dois pilotos devem entrar em operação somente em meados de 2024. Essa será a primeira aeronave supersônica desenvolvida no Brasil.

Gripen em São Bernardo do Campo

A Saab também confirmou que a fábrica de aeroestruturas do Gripen será instalada em São Bernardo do Campo (SP) – a cidade de São José dos Campos também era cotada para receber a planta. Nomeada Saab Aeronáutica Montagens (SAM), a fábrica irá gerenciar a cadeia de suprimentos e produzir partes estruturais da aeronave, como as asas, freios aerodinâmicos e as fuselagens traseira e dianteira do caça.

O Gripen NG está sendo submetido a testes de solo na Suécia (Saab)
O Gripen NG está sendo submetido a testes de solo na Suécia (Saab)

Transferência de tecnologia

Segundo a Saab, o envolvimento antecipado do Brasil no projeto e desenvolvimento do Gripen NG garante à Força Aérea Brasileira (FAB) e à indústria do país acesso a todos os níveis de tecnologia, atuais e futuros. O programa de transferência tecnológica para o Brasil teve início em outubro de 2015 e se desenvolverá ao longo de cerca de dez anos.

Atualmente, cerca de 150 engenheiros brasileiros estão participando de treinamentos teóricos e práticos na fábrica da Saab, na Suécia. Mais de 30 profissionais já retornaram ao Brasil e a maioria está trabalhando no GDDN. Mais de 350 brasileiros irão participar no programa de transferência de tecnologia. Serão mais de 60 projetos, com duração de até 24 meses.

Caça de nova geração

O Brasil tem uma encomenda por 36 caças Gripen NG, que serão fabricados na Suécia e no Brasil. As primeiras aeronaves (fabricadas da Suécia) estão programadas para entrarem em operação com a FAB a partir de 2019, ao passo que as últimas unidades devem ser entregues até 2024. O contrato, assinado pelo governo brasileiro em 2013, é avaliado em 39,3 bilhões de coroas suecas, o equivalente a R$ 13,4 bilhões na cotação atual.

No Brasil, o Gripen vai preencher a lacuna de defesa e superioridade aérea deixada pelo Dassault Mirage 2000, desativados pela FAB em 2013. O novo caça também vai retomar a capacidade da Aeronáutica em voar a mach 2, duas vezes a velocidade do som: o Gripen NG, que por aqui também será chamado pela sigla “F-39”, é projetado para alcançar 2.204 km/h.

Veja mais: Gripen completa voo abastecido com biocombustível

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  1. Ronaldo, este tipo de produção industrial (fabricação aeronáutica) não deixa muito espaço para automação em serie como o da indústria automobilística por exemplo. Para se ter uma ideia a Dassault líder mundial nesse quesito, se levarmos em consideração a montagem do Rafale, somente 15% de todo processo é automatizado, se tanto.

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