Substituto do Boeing 737 deve surgir na próxima década, diz executivo da empresa

Fabricante segue apostando alto nas vendas do 737 MAX, que tem mais de 3.500 pedidos; desenvolvimento de novo narrowbody depende do amadurecimento de novas tecnologias
Substituto do 737 deve ser anunciado pela Boeing somente na próxima década (Steve Lynes)

Nesta semana, durante uma conferência com investidores, o diretor financeiro da Boeing, Brian West, ressaltou que a fabricante deverá esperar até a próxima década para lançar o programa de um novo jato de um corredor (narrowbody), pois a empresa precisa de mais tempo para amadurecer tecnologias.

Citado pelo Flight Global, West disse que o futuro avião da Boeing nessa categoria, onde a empresa atua com o 737 MAX, deve oferecer melhorias significativas em eficiência. Todavia, o executivo afirmou que “no momento, qualquer coisa nessa frente é para a próxima década”.

Na avaliação da fabricante mencionada por West, a Boeing ainda depende do 737 MAX no curto prazo. No mês passado, a geração mais recente do jato quinquagenário acumulou 3.587 encomendas, incluindo pedidos pelas versões MAX 7 e MAX 10. Esses dois modelos, porém, até agora não foram certificados para voos comerciais.

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Segundo o executivo, a fabricante espera obter a certificação da Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos para o 737 MAX 7 neste ano e para o MAX 10, em 2024. A introdução do 737 MAX 10 é particularmente a mais esperada devido ao avanço expressivo do Airbus A321neo e suas variantes de longo alcance no mercado, muito por conta da falta de uma aeronave com características de capacidade e performance semelhantes – como será o MAX 10.

Com o 737 MAX 10, a Boeing terá um produto para competir diretamente com o Airbus A321neo (Boeing)

West disse ainda que o 737 MAX tem “uma demanda muito boa” e que as vendas do avião seguirão fortes até pelo menos 2026.

Analistas de mercado consultados pela publicação consideraram “prudente” o cronograma da Boeing sobre um novo narrowbody, dizendo que lançar uma aeronave inédita desse segmento neste momento poderia prejudicar as vendas do 737 MAX, “nas quais repousa a saúde financeira da empresa”.

As falas do diretor financeiro da Boeing também deram a entender que a fabricante não deve retomar o projeto NMA (New Midsize Airplane), que poderia originar uma nova família de jatos para ocupar o nicho entre o 737 e o 787 – algo que o 757 fez no passado. Quando a empresa ainda apostava nesse programa, que chegou a ser chamado informalmente de 797, o prazo de lançamento era planejado para meados 2025.

Embora nunca tenha confirmado o lançamento oficial do projeto NMA, a Boeing praticamente não tocou mais nesse assunto desde o aterramento mundial do 737 Max, em março de 2019, em função de dois acidentes fatais ocorridos num período de cinco meses e que deixaram 346 mortos.

De toda forma, o NMA, como era proposto, já pode ser considerado obsoleto. Uma nova tecnologia estudada pela Boeing, em parceria com a NASA, para obter maior eficiência em jatos de um corredor é a “Asa Treliçada Transônica”. É um conceito de asa extralonga montada na parte superior da fuselagem que associada a motores de alta razão de derivação promete uma redução no consumo de combustível na ordem de 30%, embora o resultado final seja um avião feio…

Conceito de aeronave com asa treliçada transônica promete reduzir o consumo de combustível de aviões de um corredor (Boeing)

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