Turbo-hélices de passageiros voltam a ser uma aposta no mercado

Atualmente dominada pela ATR, categoria deve contar com novos e antigos concorrentes como o Dornier 328
Dornier 328: turboélice alemão deve voltar a ser produzido (USAF)
Dornier 328: turboélice alemão deve voltar a ser produzido (USAF)

Na década de 80, a aviação regional foi alvo de uma grande concorrência entre os fabricantes de aviões turbo-hélices. Após anos utilizando aeronaves adaptadas ou desconfortáveis, o mercado passou a ter várias opções como o EMB-120 Brasilia, Dash-8, ATP, Jetstream 31, Saab 340, CN-235 e ATR-42. Dessa lista, apenas a franco-italiana ATR segue firme no mercado, transformando-se na principal opção do mercado, com exceção da Bombardier e seu Q400, evolução do Dash-8.

A onda dos jatos regionais acabou por reduzir esse nicho, porém, nos últimos anos tem surgido um movimento de redescoberta das vantagens desses turbo-hélices, aviões econômicos e mais indicados para voos de curta duração. Um dos sinais recentes nesse sentido veio do grupo canadense Longview que neste ano concluiu a compra dos direitos de produção dos aviões criados pela De Havilland Canada e assumidos pela Bombardier há quase 40 anos, entre eles o Q400.

A empresa decidiu recriar a DHC e renomear o turbo-hélice de asa alta como Dash-8 além de preparar uma ofensiva no mercado para voltar a ampliar suas vendas.

Bom filho a casa torna: após 33 anos, o programa Dash 8 volta às mãos da DHC (Divulgação)

Futuro em mutação

Outro possível renascimento deve ser anunciado nesta semana. A Sierra Nevada, empresa dos EUA que é sócia da Embraer na produção do Super Tucano no país, pretende retomar a produção do turbo-hélice 328, criado pela extinta Dornier. Com 30 assentos, o modelo teve baixa aceitação mesmo com uma versão a jato lançada anos depois.

Agora, a aeronave poderá voltar ao mercado atuando num segmento que hoje não conta com mais competidores. Os principais eram a Saab e Embraer que disputavam encomendas com os turboélices 340 e Brasilia, ambos fora de produção há bastante tempo.

A própria Embraer cogita voltar a participar desse segmento e tem estudado ideias há algum tempo. Porém, a empresa brasileira prefere esperar a evolução da tecnologia elétrica antes de lançar-se em uma nova empreitada. Na visão da fabricante, o mercado pode abandonar os motores a combustão em favor da eletricidade, que seria muito mais eficiente.

Enquanto isso não ocorre, as companhias aéreas regionais devem ganhar uma opção chinesa de turbo-hélice. A AVIC está montando o protótipo do MA700, um avião extremamente semelhante ao ATR e que deverá entrar em serviço em 2021.

Um sinal claro que as hélices ainda serão uma tecnologia viável mais de 100 anos após o primeiro avião voar.

O MA700 supera o ATR 72 em quesitos como capacidade de passageiros e velocidade máxima (Divulgação)
O MA700 supera o ATR 72 em quesitos como capacidade de passageiros e velocidade máxima (Divulgação)

Veja também: Aviões turbo-hélices são seguros?

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  1. Seria interessante indicar também que tem mais uma vantagem que nos dias de hoje é fator importante: polui muito menos que um jato.

  2. Tubo-hélice é boa opção, mas precisa ter capacidade de ônibus, ou seja de 50 a 70 lugares ou um pouco mais. Precisamos ter uma rede regional de 1 hora de voo.

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