Um ano após anúncio, Colômbia aprova união da Avianca com a Viva Air

Autoridade de aviação civil do país, Aerocivil condicionou autorização ao cumprimento de vários requerimentos. Avianca, no entanto, criticou demora, que tornou acordo inviável
Fusão Viva e Avianca aprovada (Willian Lopez e Stevenhe1997)

Foi em 29 de abril de 2022 que a Avianca e a Viva Air anunciaram a intenção de unir seus negócios por meio da incorporação da segunda pela primeira.

Na época, a tradicional companhia aérea colombiana e a ágil low-cost celebraram o acordo, que traria um potencial de beneficiar seus clientes “ao utilizar uma estrutura de custos mais eficiente para oferecer tarifas mais baixas”, afirmou Roberto Kriete, presidente do Conselho de Administração da Avianca.

Um ano depois a aquisição da Viva Air pela Avianca foi finalmente aprovada pela Aerocivil, a agência de aviação civil da Colômbia. Mas o cenário agora é outro, diferente do “robusto grupo de companhias aéreas” citado pelo mesmo Kriete.

A Viva Air cessou suas operações em 27 de fevereiro, atolada em dívidas e com seus aviões alugados sendo levados de volta pelos donos.

A situação financeira tornou-se tão grave e as condições impostas pela Aerocivil são tão desestimulantes (devolução de slots, obrigação de cobrar tarifas baixas) que a Avianca já considera o negócio “inviável”.

Aviões da Viva Air

“A nova resolução não permite uma transação realista para a integração e resgate da Viva”, disse comunicado da Avianca nesta quarta-feira.

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O grupo também lamenta a possibilidade que outras empresas supostamente interessadas na Viva (JetSmart, Wingo e LATAM) possam entrar com recursos que podem atrasar o processo.

De quem é a culpa?

Avianca e Viva Air reclamaram da demora da Aerocivil em analisar a fusão, o que teria contribuído para que a situação financeira da low cost se deteriorasse.

No entanto, as duas empresas somente entraram com o processo de integração em agosto de 2022, cerca de três meses após o anúncio do acordo, quando revelaram que a Viva já não tinha perspectivas positivas em seu negócio.

A Aerocivil apontou várias irregularidades na primeira tentativa de aprovação e instruiu as companhias aéreas a dar uma nova entrada no processo em 2023.

JetSmart está chegando à Colômbia (Divulgação)

Tudo indica que a Viva Air não deverá voltar a voar, mesmo destino da Ultra Air, outra low-cost lançada na Colômbia e que fechou as portas recentemente.

Enquanto isso, a JetSmart, bancada pelo grupo Indigo Partners, deu início ao processo de certificação operacional no país. De posse do AOC, a nova subsidiária da transportadora chilena pretende iniciar voos domésticos na Colômbia.

A ausência da Viva Air e da Ultra Air já indica uma grande lacuna a ser preenchida.

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