Veja do alto: o início do fim da sede da VASP no Aeroporto de Congonhas
Drone de parceiro de AIRWAY sobrevoa o que restou de hangares, edifícios e a famosa sede da companhia aérea que faliu em 2008

Em setembro deste ano se completarão 15 anos desde que a VASP (Viação Aérea São Paulo) teve a falência decretada, colocando um ponto final na história da companhia aérea fundada de 1933 e que deixou de voar em 2005.
Cenas de aviões se deteriorando em aeroportos pelo Brasil se tornaram comuns enquanto disputas judiciais sem fim permitiram que o patrimônio da empresa aérea, que chegou a ser a segunda maior do Brasi, se perdesse. Um dos símbolos desse triste cenário é a sede da VASP no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo.
Outrora um local imponente, bem ao lado da movimentada Avenida Washington Luiz, hoje a área pouco lembra esse tempos gloriosos. E o que restou está prestes a desaparecer.
O espaço ocupado pela VASP no passado reunia não apenas sua sede administrativa, mas também serviços de manutenção, realizados em dois hangares principais e outros prédios de apoio. Em 2017, no entanto, a Infraero leilou uma parte desse terreno com cerca de 28.500 m² para a rede de lojas de material de construção Leroy Merlin. A empresa francesa pretende erguer ali uma loja modelo, mas até hoje as obras não tiveram início.
Enquanto isso, o espaço tem servido sobretudo para a realização da LABACE, maior feira de aviação executiva do hemisfério sul. Os organizadores do evento ocupam parte da área durante uma semana de agosto e devem realizar a próxima edição em 2023. Não se sabe exatamente como já que as estruturas hoje existentes estão sendo demolidas aos poucos.
É o que se constata em ângulos inéditos graças ao canal iTechdrones, parceiro de AIRWAY, que conseguiu autorização para sobrevoar os escombros da antiga sede (veja vídeo no final do artigo).

O que se vê é que prédios icônicos como o hangar central começaram a perder sua identidade, com entulho se acumulando e peças de metal sendo derrubadas. As marcas da companhia aérea e o tom azul pintado nas estruturas aos poucos vai desaparecendo pela ação do tempo, situação que se agravou nos últimos anos.

Leilão da sede
O prédio administrativo, visto por quem passa pela Avenida que percorre o aeroporto, está bastante desfigurado por conta da retirada dos brises e parte dos vidros das janelas. Em seu interior, onde antes haviam mesas e equipamentos abandonados, hoje se vê apenas destruição.
A sede deveria ter sido leiloada no ano passado, mas o processo foi suspenso pela Justiça. A ideia era abater as imensas dívidas trabalhistas da VASP, cujos funcionários ficaram sem receber boa parte do que tinham direito.
Já a área onde será erguida a loja da Leroy Merlin aparece demarcada por um alambrado, que não inclui um dos dois hangares maiores. Durante o voo do drone, um turboélice ATR 72 da VoePass estava parado em frente a ele, que ainda exibe a logomarca da Avianca Brasil (OceanAir), empresa aérea que também faliu.

O futuro do Aeroporto de Congonhas, o segundo mais movimentado do país, passa por um momento de profunda mudança. Nos próximos meses a empresa AENA assumirá a concessão do terminal aéreo das mãos da Infraero. Em suas mãos está um ambicioso e desafiador plano de modernização cujos detalhes ainda são desconhecidos.
Resta saber qual será o papel da antiga sede da VASP, um pedaço da história da aviação comercial brasileira, sob gestão privada. Espera-se que ele devolva os tempos de glória do aeroporto que já foi o principal da capital paulista.
https://www.youtube.com/watch?v=53gw9gzBCKY