A320 da Itapemirim apresenta desgaste da pintura em apenas quatro meses voando no Brasil
Aeronave da Airbus com prefixo PS-SFC chegou ao país em junho e já tinha boa parta da pintura no estabilizador vertical avariada no mês passado. Companhia aérea afirmou ter refeito cobertura de tinta e que isso não afeta a segurança do jato

Passageiros da Itapemirim Transportes Aéreos mais atentos notaram recentemente que ao menos dois Airbus A320 da companhia aérea estreante no Brasil já apresentam um desgaste prematuro em suas pinturas, as aeronaves de prefixos PS-TCS e PS-SFC.
Em comum, a perda da cobertura de tinta ocorre na base do estabilizador vertical, onde o esquema de pintura da companhia utiliza o tom preto. Mas o A320 PS-SFC, recebido em junho, foi o que mais chamou a atenção pela ausência de pintura em uma área considerável.
Embora seja uma questão mais de caráter estético, a baixa durabilidade do trabalho executado pela Itapemirim causa estranheza afinal se passaram apenas quatro meses desde que o jato passou a voar pela empresa.
A Itapemirim tem feito um processo um tanto confuso de contratos de leasing de suas aeronaves, que se originam de várias partes do mundo. Alguns desses Airbus têm recebido a pintura e mudanças no exterior antes de serem enviados ao país enquanto outros são trazidos com o esquema original ou sem marcas para então serem adaptados por aqui.
O PS-SFC, por exemplo, foi pintado no Aeroporto do Galeão, ao contrário do primeiro A320 recebido pela ITA, o PS-SPJ, que foi modificado em São José dos Campos (SP).
Em nota, a Itapemirim afirmou que “a aeronave de prefixo PS-SFC foi pintada no Brasil após ser recebida pela ITA em junho. Houve um desgaste da pintura na cauda, mas que não afetou em nada a segurança das operações. No último dia 29 de novembro, a área passou por uma repintura, reestabelecendo o padrão estético da aeronave“.

Baixa ocupação
A estreia da Itapemirim Transportes Aéreos tem sido um tanto atribulada no Brasil. A companhia aérea liderada pelo empresário Sidnei Piva começou a voar em julho com planos de terminar o ano com 10 aviões em serviço, mas o ritmo de chegada dos Airbus foi mais lento do que o esperado.
Além disso, a companhia tem feito alterações constantes em sua malha além de muitos cancelamentos. Outra situação incomum ocorreu em novembro quando a ITA escalou a maior parte dos A320 para realizar voos fretados para a final da Copa Libertadores no Uruguai, deixando sua malha regular desfalcada.
Recentemente, houve polêmica com seus funcionários por atrasos no pagamento de vales-alimentação e diárias dos tripulantes. Mais tarde, o Sindicato dos Aeronautas também notificou a companhia após reclamações de funcionários a respeito da suposta suspensão de seus planos de saúde.
Um dos executivos mais envolvidos com sua criação, Tiago Senna, deixou o cargo de CEO da Itapemirim no final do mês passado. A empresa também tem sido autuada pela ANAC por não enviar as estatísticas operacionais dentro do prazo.
Segundo os dados divulgados até setembro, as aeronaves da empresa têm tido uma ocupação média bem inferior às três grandes companhias aéreas mesmo com uma configuração de assentos menos densa.