Agência europeia descarta voos com apenas um piloto até 2027

EASA deve autorizar operações limitadas com apenas um piloto no cockpit ainda nesta década
Avanços tecnológicos podem extinguir a profissão de co-piloto na aviação comercial (Airbus)

A Agência de Segurança Aérea da União Europeia (EASA, na sigla em inglês) afastou a possibilidade de permitir que aviões comerciais sejam comandados por apenas um piloto até 2030, apesar dos esforços da indústria nesse sentido. Por outro lado, a EASA considera permitir operações monopiloto para certas fases dos voos a já partir de 2027.

Consultado pela Reuters, o regulador informou que está avaliando propostas da Airbus e Dassault Aviation sobre a viabilidade de voos solo em aeronaves comerciais na fase de cruzeiro. Segundo a agência de aviação, está etapa do voo é menos exigente, diferentemente da decolagem e pouso, quando pelo menos dois pilotos ainda precisam trabalhar em conjunto no cockpit.

Siga o AIRWAY nas redes: Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter

Andrea Boiardi, gerente da EASA, disse à publicação que os planos dos fabricantes europeus em reduzir as tripulações até 2030 é “absolutamente irrealista”, pois o nível de automação das aeronaves atuais não avançou o suficiente para a introdução de operações monopiloto.

No entanto, Boiardi afirmou que apenas os aviões mais avançados poderão ser comandados por um piloto, citando como exemplos o Airbus A350 e os Boeing 787 e o novo 777X. Ainda assim, mesmo as aeronaves no estado da arte tecnológica precisarão de dois pilotos no cockpit nas fases críticas do voo pelo menos até o fim desta década.

O novo Boeing 777X é um dos candidatos para operações monopiloto limitadas (LunchWithaLens/CC)

A implementação de voos solos em aviões comerciais, mesmo apenas na fase de cruzeiro, depende de aprovações da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) das Nações Unidas, companhias aéreas e sindicatos de pilotos. Em reposta a Reuters, a agência da ONU informou que deve iniciar estudos sobre o tema neste ano.

Segundo Boiardi, a EASA está colhendo informações relativas a operações monopiloto com companhias aéreas e pilotos e que o processo deve concluído em março. Se a segurança desse modelo operacional for comprovada, eventualmente as tripulações de longa distância, que hoje exigem três ou quatro pilotos, poderiam ser reduzidas a dois membros, com ambos no cockpit nos momentos do pouso e decolagem, acrescentou a gerente da agência europeia.

Voos com apenas um piloto é um desejo antigo do mercado de aviação comercial, que busca formas de reduzir os custos com salários e treinamentos de tripulantes. Nos últimos anos, a proposta vem ganhando cada vez mais força devido à escassez de mão de obra no setor aéreo.

Total
0
Shares
1 comments
  1. Esse povo ou é doido ou incoerente… esses dias vi uma matéria sobre um caso de um piloto que quase derrubou a aeronave por não “saber” pilotar bem o avião… parece que era um Boeing..dessas aeronaves de passageiros. Ou seja, deu um problema com essa tal tecnologia e quando foi preciso os pilotos não souberam resolver o problema e quase causaram um acidente. Dois pilotos não é justamente pra atender um princípio basilar da avião que é a redundância??

Comments are closed.

Previous Post

KC-30 da FAB decola rumo à Turquia com ajuda humanitária

Next Post

Delegação estrangeira visita a Argentina para negociar a venda de caças F-16

Related Posts
Total
0
Share