Airbus vai testar motor a hidrogênio no gigante A380

Maior aeronave de passageiros do mundo servirá como plataforma aérea de testes para demonstrar a viabilidade de motores alimentados por hidrogênio
Concepção artística do “laboratório voador” baseado no Airbus A380 (Airbus)

A Airbus encontrou uma nova serventia para o gigante A380. O primeiro exemplar de série do maior avião de passageiros do mundo será transformado numa plataforma de testes aéreos para demonstrar a eficiência e viabilidade de motores alimentados por hidrogênio.

O projeto faz parte de um acordo anunciado nesta terça-feira (22) entre o grupo aeroespacial europeu e a fabricante de motores CFM International para estudar e desenvolver a nova tecnologia de propulsão de emissão zero.

Em comunicado, a Airbus diz que o programa testará um motor de combustão direta alimentado por hidrogênio “em preparação para a entrada em serviço de uma aeronave de emissão zero até 2035”. O primeiro voo do avião modificado será realizado nesta década, informou a fabricante.

A Airbus aproveitará o primeiro A380 produzido em série para servir de bancada de testes para a tecnologia (Airbus)

O A380 envolvido no projeto será equipado com tanques de hidrogênio líquido e uma versão do turbofan GE Passport modificada para funcionar com o combustível alternativo e instalado na parte superior da fuselagem do enorme avião. De acordo com a Airbus, essa configuração permitirá o monitoramento das emissões do motor a hidrogênio separadamente dos quatro motores originais da aeronave.

“Este é o passo mais significativo realizado pela Airbus para inaugurar uma nova era de voos movidos a hidrogênio desde o lançamento de nossos conceitos ZEROe em setembro de 2020”, disse Sabine Klauke, diretora técnica da Airbus. “Ao alavancar a experiência dos fabricantes de motores americanos e europeus para progredir na tecnologia de combustão de hidrogênio, essa parceria internacional envia uma mensagem clara de que nossa indústria está comprometida em tornar realidade o voo com emissão zero.”

“A capacidade de combustão de hidrogênio é uma das tecnologias fundamentais que estamos desenvolvendo e amadurecendo como parte do Programa CFM RISE”, disse Gaël Méheust, presidente e CEO da CFM International, uma empresa conjunta entre a GE e a Safran Aircraft Engines.

Airbus e CFM são alguns dos nomes que compõem o Air Transport Action Group, uma coalizão de especialistas do setor de aviação com foco em questões de desenvolvimento sustentável. No ano passado, aproveitando o momento de evidência da conferência climática COP26, o grupo anunciou a meta de zerar as emissões líquidas de carbono da indústria aeronáutica até 2050.

O A380 MSN1, primeiro produzido em série pela Airbus (Mark Murdock/CC)

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