An-12, o turboélice militar soviético que virou celebridade nos aeroportos

Equivalente ao famoso Hercules, aeronave peculiar percorre o mundo transportando cargas especiais
Antonov An-12 da Cavok Air: silhueta incomum no Ocidente (Cavok Air)

No dia 26 de maio, uma aeronave de pintura chamativa em tons de preto e laranja, pousou no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, para buscar 7 toneladas de carga para serem levadas para Angola, na África.

Seria um voo trivial não fosse o fato de o turboélice de quatro motores ser um Antonov An-12. Uma espécie de rival do C-130 Hercules, o “Cub”, como foi batizado pela OTAN, surgiu nos anos 50, durante a Guerra Fria.

A União Soviética precisava de um cargueiro militar versátil e capaz e a ucraniana Antonov, então parte do bloco comunista, concebeu o An-12 com base no bimotor An-8.

O primeiro voo ocorreu em 1957 e dois anos depois o An-12 entrou em serviço na PVO, a Força Aérea Soviética – apenas três anos após o C-130 estrear nos Estados Unidos.

Como os projetos da época, o Antonov trazia algumas características peculiares como um nariz envidraçado e uma torreta de canhão na base da cauda, herança dos bombardeiros da Segunda Guerra.

Mais de 1.200 unidades da aeronave foram produzidas pela Antonov até 1973, fazendo dele um dos mais versáteis e populares modelos do bloco comunista, com exportações para inúmeros países.

Se não teve a popularidade do Hercules, que até hoje é produzido, o An-12 não deixa de impressionar pela longevidade. Com dimensões levemente menores que o C-130, o Antonov possui uma autonomia imensa, de cerca de 5.000 km. Ele pode transportar cerca de 19 toneladas de carga e tem um compartimento não pressurizado.

O baixo custo de operação – estimado em US$ 8.600 a US$ 10.000 a hora de voo – e sua capacidade de operar em qualquer tipo de pista fizeram do An-12 uma opção interessante para voos de carga. Atualmente algumas companhias especializadas operam o avião, incluindo a Cavok Air, da Ucrânia, que possui uma frota de sete deles.

Foi justamente um desses An-12 que passou pelo Brasil nesta semana, o avião de matrícula UR-CKM, atraindo a atenção de quem passava pelo aeroporto de Campinas e também no Recife, onde fez escalas técnicas.

Embora seja um projeto da Antonov, famosa pelo imenso An-225, o An-12 não se compara em tamanho a outras aeronaves da fabricante como o An-124 ou mesmo o An-22, outro turboélice, mas de grande capacidade de carga.

Apesar disso, o An-12 é uma visão curiosa nos céus, tanto pelo som de seus motores Ivchenko Il-20 quanto pela sua silhueta incomum no Ocidente.

O An-12 teve mais de 60 versões diferentes e foi produzido até 1973 (NARA)

 

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