Mesmo aterrado, Boeing 737 MAX foi rastreado voando para Israel. Isso é permitido?
Aeronave da Enter Air voou de Varsóvia até Tel Aviv com uma série de restrições


Um Boeing 737 MAX 8 da companhia aérea polonesa Enter Air chamou atenção de entusiastas da aviação ao ser rastreado voando nessa quarta-feira (15) de Varsóvia (Polônia) para Tel Aviv (Israel). Mas como a empresa conseguiu decolar com a aeronave se ela está proibida de voar no mundo todo desde março do ano passado?
Aterrado por conta do mau funcionamento do sistema MCAS, que pode tornar o avião incontrolável e derrubá-lo, o 737 MAX ainda pode voar, mas com severas restrições e em hipótese alguma transportando passageiros. Também é preciso autorizações especiais de órgãos aeronáuticos de países que o avião vai sobrevoar, sempre evitando grandes centros urbanos, e ele também deve voar afastado do tráfego aéreo geral.
Pelas redes sociais, o site de rastreamento de voos FlightRadar24 informou que o jato da Enter Air voou da Polônia até Israel com os flaps abaixados e em baixa altitude. Isso significa que a aeronave realizou a viagem a uma velocidade incrivelmente lenta para evitar o acionamento indevido do MCAS.
Segundo dados da ferramenta, o 737 MAX 8 matrícula SP-EXB completou o percurso de 2.398 km voando a velocidade média de 605 km/h, cerca de 270 km/h mais lento que um 737 voando em condições normais (a velocidade de cruzeiro do 737 MAX é de 879 km/h). Já a altitude máxima alcançada pelo jato no voo para Tel Avi foi de 19.000 pés (5.791 metros), enquanto o ideal seria viajar na faixa dos 35.000 pés (10.668 m).

A Enter Air não revelou qual foi o propósito do voo de seu 737 MAX até Israel, mas é possível que empresa tenha enviado a aeronave ao país no Oriente Médio para armazená-la em melhores condições. Agora é inverno na Polônia e as baixas temperaturas registradas no país, além de fortes nevascas e chuvas, podem danificar aviões que não são armazenados de forma adequada.
A própria Boeing também executou uma série de voos curtos de 737 MAX pelos EUA para transportá-los até outros aeroportos, onde estão armazenados. Desde a ordem de aterramento, a fabricante produziu mais de 400 exemplares do jato e hoje não tem mais espaço para armazená-los.
Companhias aéreas também realizaram voos de traslados com seus 737 MAX. A Gol, por exemplo, enviou seus sete jatos da série para o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte (MG), onde fica seu centro de manutenção, enquanto a Silk Air voou com seus aparelhos de Singapura para o deserto da Austrália, onde as condições climáticas colaboram para preservar os aviões.
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