Autoridade de aviação dos EUA limita ainda mais voos longos do Boeing 787

Nova diretriz do FAA reduz para 60 minutos o tempo de voo que a aeronave pode permanecer de um aeroporto
A Boeing planeja testar a tecnologia dos controles autônomos no jato 787 a partir de 2019 (Divulgação)
Boeing 787-9 (Divulgação)
A Boeing planeja testar a tecnologia dos controles autônomos no jato 787 a partir de 2019 (Divulgação)
Os Boeing 787 com motores Rolls-Royce vem apresentando problemas nos últimos meses (Boeing)

O FAA, órgão federal que regulamente a aviação nos Estados Unidos, emitiu nesta terça-feira (8) uma nova diretriz de aeronavegabilidade para certos jatos Boeing 787 Dreamliner, forçando seus operadores a limitar ainda mais as operações estendidas (ETOPS) para as aeronaves afetadas. A medida afeta somente os aviões equipados com os motores Rolls-Royce Trent 1000, modelo que vem apresentando problemas de funcionamento nos últimos meses.

“Determinamos que as limitações atualizadas são necessárias para minimizar o potencial de falhas no blade (lâmina) do compressor de pressão intermediária sob certas condições emitindo esta diretriz para abordar a condição insegura sobre esses produtos”, disse a FAA.

Em abril, o FAA e a EASA (órgão de aviação da Europa) já haviam diminuído o tempo de voo que o 787 poderia permanecer de um aeroporto adequado para suas operações de 330 minutos para 140 minutos. Com a nova diretriz, esse tempo agora foi reduzido para apenas 60 minutos.

Como o Boeing 787 é um avião com dois motores projetado para percorrer longas distâncias, o FAA (e outras agência reguladoras de aviação pelo mundo) exige que ele atenda aos requisitos de “Operações de Bimotores de Alcance Estendido” (ETOPS, na sigla em inglês). Essa certificação determina quanto tempo a aeronave pode voar com apenas um único motor no caso do outro falhar.

Apesar do pouco impacto no mercado americano, com cerca de 14 aeronaves envolvidas, a medida do FAA afeta os 787 equipados com motores Rolls-Royce provenientes de outros países que voam para os EUA. Cerca de 25% das empresas que operam o 787 usam motores da fabricante britânica, enquanto os demais são impulsionados por turbofans General Electric, produzidos nos EUA.

Algumas das companhias aéreas que voam o 787 com motores Rolls-Royce são a ANA, Air New Zealand, British Airways e a Latam Airlines. Nos EUA, os principais operadores do Dreamliner, a American Airlines e United, utilizam propulsores General Electric.

Cada motor RR Trent 1000 do Boeing 787 custa mais de US$ 40 milhões (Divulgação)
Cada motor RR Trent 1000 do Boeing 787 custa mais de US$ 40 milhões (Divulgação)

A diretiva do FAA não impede que o 787 faça voos longos, mas para isso a aeronave precisa alterar sua rota reduzindo a distância de aeroportos onde possa pousar no caso de alguma falha de um dos motores. Essa mudança, porém, pode aumentar o tempo de viagem e, consequentemente, o consumo de combustível do avião, interferindo no rendimento financeiro e operacional das companhias. O bimotor da Boeing pode percorrer mais de 14.000 km.

A Rolls-Royce ainda não tem uma solução definitiva para o problema que pode afetar o motor Trent 1000. Por isso, a medida do FAA também exige que os motores do 787 envolvidos na ação passem por mais inspeções, agora a cada 80 voos. Os modelos com motores GE são inspecionados a cada 200 voos.

Veja mais: Problemas com o 787 faz Latam alugar Boeing 747

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