Avião que transportava Chapecoense tem origem inglesa e deixou de ser produzido em 2001

Avro RJ85 é um avião de rotas regionais com perfil de operação em pistas curtas e já possuía 17 anos de uso
O acidente com o jato da LaMia foi o mais grave do ano no segmento da aviação comercial (Graham)
O acidente com o jato da LaMia foi o mais grave do ano no segmento da aviação comercial (Graham)
O Avro RJ85 da Lamia que se acidentou com a Chapecoense
O Avro RJ85 da Lamia que se acidentou com a Chapecoense

O único avião da companhia aérea boliviana Lamia, que transportava a delegação da Chapecoense, foi um dos principais jatos regionais das décadas de 80 e 90, mas já não era produzido desde 2002. De origem britânica, o Avro RJ85 nasceu como British Aerospace 146 e tinha uma configuração original, com asas altas e quatro pequenos motores turbofans sob as asas, além de capacidade para transportar de 70 a até mais de 100 passageiros. Um dos seus diferenciais é justamente operar em pistas curtas, característica necessária em regiões com pouca infraestrutura aeroportuária ou mesmo montanhosa como o local da queda do avião.

O exemplar que levava o time brasileiro para Medellín, na Colômbia, foi fabricado em 1999 e entregue originalmente para a companhia regional americana Mesaba. Em 2007 foi repassado para a empresa irlandesa CityJet e chegou a voar com as cores da Air France. Em 2013, foi comprado pela Lamia para operar na Venezuela. No ano passado, ele passou a voar na Bolívia.

Durante os 23 anos de produção foram fabricados 387 unidades do quadrirreator, mas a linha de montagem foi encerrada em 2001, época em que novos jatos como o brasileiro E190, mais econômicos e modernos, tornaram o modelo inglês caro de operar. No Brasil, inclusive, o jato chegou a voar logo no início da carreira, na extinha companhia regional Taba, que operava na região amazônica, mas sofreu pelo calor e umidade do local e logo foi devolvido. No começo dos anos 90, a companhia Air Brasil, do grupo mineiro Líder Aviação, chegou a trazer ao país dois exemplares para início de operação, porém, o projeto acabou cancelado antes de chegar ao mercado.

Tripulação da companhia Lamia: origem venezuelana
Tripulação da companhia Lamia: origem venezuelana

O Avro RJ85 não tinha um acidente fatal desde 2002, segundo o site Aviation Safety, sobre segurança aérea, mas a versão anterior, BAe 146, registrou três acidentes nos últimos três anos, com companhias do Leste Europeu e também na África. No total, há registro de 17 acidentes fatais.

Avro RJ85: jato regional tem desenho incomum na aviação
Avro RJ85: jato regional tem desenho incomum na aviação

Lamia

A companhia Lamia surgiu na Venezuela em 2013 e operou uma pequena frota de aviões regionais até deixar de voar. No ano passado, ressurgiu na Bolívia apenas com o RJ85 de prefixo cP-2933 acidentado na noite do dia 28 de novembro.

Veja também: 2015 foi ano mais seguro de todos os tempos na aviação

Avião semelhante ao do acidente que operou no Brasil em 1983: otimizado para operação em pistas curtas
Avião semelhante ao do acidente que operou no Brasil em 1983: otimizado para operação em pistas curtas

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  1. Na Telemedellin cogitaram que uma das possibilidades para o acidente seria a autonomia de voo da aeronave, inferior ao trajeto. Procede?

  2. Guest, qualquer coisa dita, pensada ou comentada no momento é especulação. Somente com a investigação é que se saberá quais foram os fatores contribuintes para este acidente.

  3. Guest, procede sim, professor de aviação da PUCRS disse que o avião foi projetado para distancias pequenas, ou seja, entre Porto Alegre à Curitiba, por exemplo, e o que foi realizado seria de Porto Alegre a Recife (estimativa).

  4. Nessas horas só aparecem notícias sensacionalistas do tipo “O avião tinha 17 anos”, como se esse realmente fosse o problema.
    Na minha singela opinião, o principal fator foi a falta de combustível.
    Uma aeronave com autonomia de pouco mais de 3.000 km não deveria voar a distância de 2,975 km. Além disso, a aeronave perdeu em um curto espaço de tempo, muita altitude e velocidade, indicando perda dos motores. Antes de cair, os pilotos reportaram pane elétrica à torre, que certamente seria decorrente da falha dos motores por falta de combustível. Além disso, nenhum vestígio de fogo foi encontrado no local do acidente, também reforçando a tese de falta de combustível. Se houvesse uma gota de combustível, esta certamente seria suficiente pra começar um incêndio no local da tragédia, visto que a aeronave estava lutando pra conseguir ao menos planar e bateu com tudo num aclive. O último registro de velocidade foi de aproximadamente 260 km/h. Obviamente a aeronave estava em stall. Logo conclui-se a falta de responsabilidade da companhia e também do piloto por não ter decretado situação de emergência e por orbitar 2 vezes sem combustível suficiente.
    Não quero dar uma de espertão, até porquê sou leigo, mas é só dar uma pesquisada e não se ater à notícias medíocres que tudo fica claro.

  5. Complementando o comentário de Rafael Guimarães, sobre as “notícias” sensacionalistas…num primeiro momento queriam “crucificar” a ANAC, por não ter autorizado o voo direto, citando uma “alteração de última hora”…como diria o caboclo, “quem fala muito diz bom dia a cavalo!”

  6. Com certeza as caixas pretas mostraram a agonia do piloto pedindo para aterizar é não concederam. mas o motivo deve ter sido situação de vários carros e caminhões na pista pois minutos antes da que outras aeronaves passou mensagem de emergência e fizeram povos forçado no aeroporto.

  7. Todo plano de vôo IFR é bem claro sobre a autonomia, destino, alternativa mais 45′ . Estou enganado? Portanto se o problema foi pane por falta de combustível,alguém errou!.

  8. A fatalidade quando surge geralmente é inaceitável e num primeiro momento inexplicável. Depois de tudo que já foi falado resta dizer que a falta de sorte foi tão grande que poucos momentos antes outra aeronave pediu prioridade para pouso por problemas apresentados, retartdando o pouso da Lamia e talvez consumido até a última gota de combustível
    . Talvez 30 minutos ou 01 hora antes teria evitado a tragédia.antes

  9. Muito bem. A confirmar as evidências de que a aeronave caiu devido a “pane seca” teremos a certeza de que a culpa deste fatídico voo foi do comandante da aeronave.
    Mas, e quem contratou essa companhia, se é que podemos chamar de companhia, não tem responsabilidade pelo ocorrido? Os passageiros que faleceram neste voo e que eram empregados do clube Chapecoense tiveram a opção de voar em outra aeronave? Ou pelo menos puderam opinar a respeito desta aeronave? Não! Foi imposto a eles o embarque neste avião. Na minha modesta opinião, quem contratou esse voo tem sua parcela de culpa no ocorrido, pois onde já se viu contratar uma “companhia” que possui uma só aeronave e que seu sócio-proprietário é também o piloto.

  10. Na TABA foi pela própria incapacidade da BAe/British Aerospace de oferecer uma assistência técnica a empresa que tinha a maior infraestrutura em manutenção nas bases BEL (Júlio Cesar e no Val-de-Cães) e MAO. Dash 8, Fokker 100 e FH 227 operaram sem problemas.
    Esse modelo voa na Swiss, no Chile e vários outros lugares, mais sempre foi “sub”(principalmente esses motores Lycoming), até porque o “concorrência” do BAe era Fokker 28/DC-9-10/737-200/Canadair 600 que tinham desempenho melhor.

  11. Olá , o Avião da LaMia era um bom avião , com capacidade para 90 passageiros , este modelo foi usado pela realeza Inglesa , então era um bom avião , acidentes podem acontecer com pequenos e grandes aviões , mas se faltar combustível todos caem , claro que o piloto não quis que isso acontecesse , mas foi causado por sua negligência , sua irresponsabilidade , e a da pessoa que permitiu que ele decolasse com a quantidade de combustível que tinha , uma catástrofe nos dias de hoje ..Boa noite !!

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