Aviões presidenciais decolam nesta quarta-feira para buscar brasileiros em Wuhan, na China

Jatos VC-2, versões VIP do Embraer E190, farão viagem com quatro escalas para repatriar 29 pessoas que estão isoladas no país por conta do coronavírus
Um dos VC-2, jato Embraer E190 que buscará os brasileiros em Israel (FAB)
Um dos VC-2, jato Embraer E190 que buscará os brasileiros na China (FAB)

Enquanto outras nações têm fretado jatos widebody de longo alcance para buscar cidadãos que estão isolados na China por conta do coronavírus, o Brasil decidiu escalar dois aviões presidenciais para a tarefa de resgatar 25 brasileiros e quatro chineses em Wuhan, epicentro da epidemia. A tarefa caberá a dois jatos VC-2, uma versão VIP do Embraer E190 e que servem como reserva do VC-1A, o A319CJ utilizado pela presidência.

Embora tenham um layout desenhado para levar autoridades, os VC-2 possuem também 30 assentos comuns que serão usados no resgate. Os dois aviões da FAB partem ao meio-dia desta quarta-feira, 5, da base aérea de Brasília, onde fica o GTE, Grupo de Transporte Especial, responsável pela frota executiva.

A viagem, no entanto, será longa e com várias escalas por conta da pequena autonomia das aeronaves. O caminho de ida prevê escalas em Fortaleza, Las Palmas (um arquipélago espanhol no Oceano Atlântico), Varsóvia (Polônia) e Urumqi, na China, antes de pousar em Wuhan na próxima sexta-feira, 7. O retorno deve ocorrer no sábado, e a chegada ao Brasil, até segunda-feira, 10.

Os dois jatos VC-2 antes da partida para a China nesta quarta-feira (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os jatos VC-2 seguirão para a base aérea de Anápolis, em Goiás, mais conhecida por sediar o principal esquadrão de interceptação aérea da FAB e onde serão alocados os novos caças Saab Gripen E, batizados de F-39 no Brasil. E lá que os brasileiros repatriados permanecerão em quarentena por um período que de pode levar de duas a três semanas a fim de identificar possíveis contaminações com o coronavírus – haverá um exame em território chinês que se positivo impedirá o retorno ao país.

Segundo o governo federal, a necessidade de enviar dois aviões, sendo que um teria capacidade para trazer o grupo, se explica pelo fato de ser preciso evitar possíveis contágios. “Se forem transportadas somente as atuais 30 pessoas que solicitaram o repatriamento, elas seriam divididas em dois grupos de 15 pessoas, um grupo para cada aeronave. Além dos repatriados, as equipes médicas e tripulação que participam da operação também ficarão em quarentena”, explica a nota oficial.

A Hi Fly foi contratada para buscar cidadãos europeus em Wuhan com seu Airbus A380 (Ibex73)

Operação mundial de resgaste

Vários países têm lançado mão de voos especiais para trazer seus cidadãos que estão em áreas afetadas pela epidemia. A União Europeia, por exemplo, fez uso de um A380 da companhia Hi Fly, especializada em wet lease, quando o serviço contratado inclui tripulação e qualquer outra necessidade para viabilizar a viagem. Cerca de 350 pessoas foram trazidas da China no sábado, 2. Havia, inclusive, a expectativa de que o governo brasileiro pudesse contratar a Hi Fly, mas a quantidade pequena de pessoas que pediram para retornar ao Brasil deve ter pesado na decisão de escalar os VC-2.

A tarefa teria sido facilitada caso a Força Aérea Brasileira ainda operasse um Boeing 767-300ER, um widebody que foi utilizado por três anos em forma de leasing. A aeronave, que foi batizada de C-767 e recebeu a matrícula FAB 2900, foi devolvida ao arrendador em julho do ano passado após o fim do contrato. O jato chegou a ser usado pelo ex-presidente Michel Temer em uma viagem oficial à Alemanha em 2017 para um encontro do G20 e do BRICS.

Com informações da revista Asas.

A Rio 2016 também marcou a estreia do novo cargueiro C-767, de transporte logístico (FAB)
A FAB operou um Boeing 7677-300ER até julho do ano passado e que teria sido ideal para buscar os brasileiros na China (FAB)

Veja também: Anvisa informa procedimentos em aviões para possíveis casos de coronavírus no Brasil

 

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  1. O mais importante: qual o custo desta operação?

    Pois temos milhões de brasileiros padecendo em nosso SUS em condições muito precárias que precisariam muito mais desse dinheiro do que menos de 3 dezenas de Brasileiros que estão na China.

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