Presidente da Boeing fala em recomeçar projeto NMA do zero

Fabricante vai reavaliar o projeto que previa a criação de um jato comercial médio de longo alcance
A Boeing quase lançou o 797 tempos atrás (Montagem)
A Boeing ainda não “congelou” o projeto do NMA, mas a Delta permanece interessada (Montagem)

Recém empossado nos cargos de presidente-executivo e CEO da Boeing, David Calhoun deu a entender em entrevista nessa semana que a fabricante não vai seguir adiante com o NMA (New Midsize Airplane), projeto que vinha sendo chamado informalmente de “797”.

“Vamos adotar, provavelmente, uma abordagem diferente”, disse Calhoun ao Flight Global, quando perguntando se o andamento do projeto NMA. “Vamos começar novamente com uma folha de papel em branco.”

O projeto NMA vem sendo analisado pela Boeing nos últimos cinco anos. A proposta é (ou era…) oferecer um novo jato comercial médio com cerca de 270 assentos e alcance entre 7.400 km e 9.300 km. É um produto que ficaria posicionado entre o 737 e o 787 e deveria entrar em serviço até o final desta década, a tempo de acompanhar a aposentaria de modelos 757 e 767.

O CEO da Boeing disse que neste momento a fabricante deve focar em seus produtos existentes, começando pelo problemático 737 MAX, e na melhoria dos processos de engenharia da empresa. Calhoun ainda citou as mudanças no mercado global para justificar a reavaliação do NMA.

“As coisas mudaram um pouco. O campo de jogo competitivo é um pouco diferente”, diz Calhoun. “Temos que planejar para a China”, acrescentou o executivo.

Embora nunca tenha confirmado o lançamento oficial do projeto NMA, a Boeing praticamente não tocou mais nesse assunto desde o aterramento mundial do 737 Max, em março de 2019. Enquanto isso, a Airbus interveio e lançou seu próprio jato médio de longo alcance, o A321XLR.

Calhoun disse que o novo design do NMA deve estar centrado no sistema de controle de voo e como os pilotos interagem com ele, um tópico importante para a Boeing desde os dois acidentes com o 737 Max.

“Talvez tenhamos que começar com a filosofia de controle de voo antes de realmente chegarmos ao avião”, diz Calhoun sobre o desenvolvimento do NMA.

A Boeing está enfrentando a maior crise de sua história com a paralisação mundial do 737 Max. Com a saúde financeira mais abalada a cada dia, a fabricante também precisa reorganizar seus processos de produção e certificação antes de se aventurar em criar novo avião.

Caso opte por desenvolver um novo jato comercial nesta década, um avião com a características do NMA pode não ser a melhor opção para o futuro Boeing. Em vez disso, a fabricante pode avançar com o projeto FSA (Future Small Airplane), ideia que vem sendo ventilada pela imprensa internacional nos últimos meses e que pode originar um sucessor para o 737 Max.

Veja mais: Bombardier pode reduzir sua participação no programa A220

 

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