CEO diz que Embraer tem “habilidades” para construir aviões maiores

Projetar um jato de passageiros maior que o E195-E2 “pode ser uma oportunidade para o futuro”, segundo Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer
O E195-E2 é um dos próximos destaques da aviação regional, com estreia prevista para 2019 (Thiago Vinholes)
Com 41,5 metros de comprimento, o E195-E2 é maior avião já fabricado no Brasil (Thiago Vinholes)

Em entrevista a jornalistas estrangeiros em São Paulo (SP) na última sexta-feira (24), o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse que a fabricante não descarta projetar um avião de passageiros com mais de 150 assentos, como é o atual E195-E2.

“Temos as habilidades para fazer isso”, disse Gomes Neto, citado pelo Aero Telegraph, se referindo a capacidade da Embraer em projetar e construir aviões maiores.

O CEO da empresa brasileira, porém, ressaltou que desenvolver um jato maior que o E195-E2 não é um plano de curto prazo e que a companhia tem outras prioridades no momento, embora viva um bom momento após o cancelamento da joint venture com a Boeing e o fim da pandemia de Covid-19.

“Nada está decidido ainda”, disse o executivo, acrescentando em seguida que um plano nesse sentido “pode ser uma oportunidade para o futuro”.

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A publicação relembrou que a Embraer cogitou lançar um avião maior que o E195, há 15 anos. No entanto, em 2011, temendo a concorrência com a Airbus e a Boeing, o plano foi abandonado pela fabricante de São José dos Campos (SP).

Maior avião comercial brasileiro

O E195-E2 é o maior avião comercial já projetado e construído no Brasil. A aeronave da família E-Jets 2 mede 41,5 metros do nariz a cauda, sendo mais longo que o A320neo e o 737 MAX 8.

Entretanto, o jato da Embraer leva menos passageiros devido a sua fuselagem mais estreita, que utiliza um layout de assentos 2+2 com capacidade máxima para 146 ocupantes. Os narrowbodies da Airbus e da Boeing, mais largos, permitem a configuração 3+3, por isso comportam até 200 passageiros.

A Azul foi a primeira companhia do mundo a receber o E195-E2, em 2019 (Thiago Vinholes)

A despeito do comprimento avantajado, o E195-E2 não é o avião mais pesado produzido no Brasil. Este feito cabe a aeronave militar multimissão C-390 Millennium, que pode decolar com peso máximo de 87 toneladas – 25,5 t a mais que o maior jato da família E2.

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  1. Claro que tem “habilidades”. Como foi passar de um Brasília para um ERJ-135/145. E deste para um 170/185/190/195. A questão não é esta. A questão é se vale a pena concorrer direto com Boeing e Airbus.

  2. Se isso daqui ñ tivesse tomado há décadas por governos neoliberais entreguistas, fazíamos como fazem os EUA ou a Índia: fabricante estrangeira tem q ter subsidiária no País. Se ñ quiser, taxava as aeronaves importadas e botava a Embraer pra produzir aeronaves grandes pra atender o mercado interno.

  3. Competir com os descontos atuais da Airbus é difícil. E com a tecnologia de motores a celulas de combustível ZEROe para 2035 que eles estão desenvolvendo a pesados subsídios Europeu, é mais difícil ainda. Comercialmente não vale a pena bater de frente. A conta não fecha sem o Governo liderar as pesquisas.

  4. Se a Embraer tem capacidade de fazer avião comercial maior que o E195-E2, porque não faz então? Faz logo um avião pra 200 passageiros. E já muda pra família 200. E 200 – E2.

  5. Eu acredito que tem sim habilidades. Mas a questão é: vale a pena quando se fala em saude financeira, fazer um investimento em um modelo diferente ???

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