China já teria ao menos 200 caças furtivos J-20 em operação

Aeronave da Chengdu tem sido uma das mais temidas pelos EUA, que está utilizando aviões F-35 e F-117 em treinamento de combate avançado
Um caça furtivo Chengdu J-20 (N509FZ)

O Zhuhai Airshow, que se encerra neste domingo, não chegou a ser uma oportunidade para grandes acordos comerciais como outros eventos similares, mas certamente serviu para uma constação preocupante, a existência de uma imensa frota de caças J-20, de 5ª geração, na PLAAF, a Força Aérea do Exército de Libertação do Povo, da China.

A presença de alguns exemplares do caça furtivo da Chengdu em Zhuhai levou o analista alemã Andreas Ruppercht, especializado nas forças armadas chinesas, a estimar que há pelo menos 200 J-20 em serviço atualmente.

A constatação foi possível por conta de imagens de alta resolução feitas no evento e que permitiram notar que dois dos caças tinham inscrições “CB0369” e “CB0370” na parte anterior da fuselagem. Segundo Ruppercht, o código significaria que se tratam de aviões do 4º lote de produção (CB03), de número 69 e 70, ou seja, há ao menos 70 caças já entregues somente neste lote.

Os demais lotes de produção (CB00, CB01 e CB02) tiveram 18, 45 e 56 aeronaves finalizadas, o que ao todo significaria 189 unidades. Somados aos 18 caças de pré-produção , teríamos então 208 J-20 já entregues.

Os J-20 presentes em exposição estática em Zhuhai estavam equipados com o motor WS-10C, fabricado pela Shenyang, e que é uma versão aprimorada do turbofan, com mais potência e características furtivas.

Caças J-20 “Mighty Dragon”

Mais J-20 que F-22 Raptor

A frota de 200 caças J-20 chineses impressiona por superar com ampla margem os Lockheed Martin F-22 Raptor da Força Aérea dos EUA (USAF), aeronave de porte semelhante, com dois motores e missão primária de superioridade aérea.

O pioneiro caça de 5ª geração teria pouco mais de 120 aeronaves em serviço, além de algumas dezenas sendo usados em treinamento, testes e não têm capacidade de combate.

Vale observar que o F-22 é um caça que está a caminho da aposentadoria, prevista para ocorrer até o começo dos anos 2030. Portanto, a aeronave ocidental com mais semelhanças de produção ao “Mighty Dragon”, como é chamado o J-20, seria o Lockheed Martin F-35 Lightning II.

Atualmente, o Departamento de Defesa dos EUA tem ao menos 450 caças F-35 em operação em três variantes, a F-35A (USAF), F-35B (Fuzileiros Navais) e F-35C, usado pela Marinha e também pelos Marines.

Caças F-22 Raptor: China já teria frota superior de J-20 compara ao pioneiro avião da Lockheed Martin (USAF)

Menor e mais versátil, F-35 deve atingir uma frota de 2.500 aeronaves nos anos 2040, ápice de sua carreira operacional. Além disso, a USAF está desenvolvendo o programa Next Generation Air Dominance (NGAD), que dará origem a um caça de 6ª geração e que promete estabelecer um novo patamar de tecnologia em combate aéreo.

No entanto, o status do programa é pouco conhecido. Um avião de demonstração já está em voo, mas não se sabe qualquer detalhe técnico da misteriosa aeronave.

Fato é que a capacidade elevada de produção chinesa, aliada com a disponibilidade de pessoal, poderá compensar uma natural inferioridade técnica em relação aos EUA.

Ao contrário do problemático Su-57 Felon que tem poucas unidades operacionais, o J-20 realizou seu voo inaugural há cerca de 12 anos e atingir uma frota de duas centenas de aeronaves nesse espaço de tempo é sem dúvida um feito.

Veja também:

Imagens inéditas de como será o caça russo Su-75 Checkmate de dois assentos

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  1. Há questão é que a economia americana hoje tem três vezes a dívida em relação ao PIB,daí um modelo que por sinal é o mais caro a ser mantido ser de 2500 aeronaves ,por quanto tempo a economia americana aguenta,lembrar-nos que o colapso soviético foi principalmente devido aos altos custos militares .

  2. O colapso soviético não tem relação com gastos militares, mas com a quebra do paradigma da estrita observação da planificação econômica com Kruschev, favorecendo uma competição entre burocratas em setores tidos “lucrativos” em desfavor do atendimento das necessidades sociais mais gerais, o que gerou gargalos só existentes antes da Segunda Guerra e a reforma Kosigyn/Liberman que consolidou essa mudança ao aceitar parâmetros de “mercado” para regular, por exemplo, o crédito via “lucratividade” como critério de “eficiência”. O resultado foi desabastecimento em alguns setores chave da economia e a necessidade de importar uma série de bens, implicando em afastamento entre população e burocratas. No entanto, apesar disso, foi preciso o golpe dos diferentes grupos nacionalistas, contra a vontade popular explicitada em pesquisas, para pôr fim na URSS que ainda era caos de entregar crescimento econômico superior ao que se veria depois nos país que a compunham.

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