Por que não temos mais voos do Airbus A380 no Brasil?

Maior avião de passageiros do mundo atende somente um destino regularmente no país com a Emirates Airline, o Aeroporto de Guarulhos
O A380 da Emirates pousando em Guarulhos (Rafael Luiz Canossa)

Todo entusiasta da aviação quer tirar uma “casquinha” do A380. Maior avião de passageiros do mundo, o Superjumbo da Airbus é como uma celebridade nos aeroportos e sempre atrai atenção por onde passa. Aqui no Brasil, no entanto, o jato de dois andares é uma ave rara que só pode ser avistada em São Paulo e nas cores da Emirates Airline, que é a única empresa aérea que voa para o país com a aeronave gigante – e mesmo assim sem que isso ocorra o ano inteiro.

Mas por que vemos tão poucos A380 pousando e decolando no Brasil? O AIRWAY elencou alguns dos prováveis motivos que tornam o enorme avião da Airbus tão raro em aeroportos brasileiros. Confira:

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Poucas empresas que atendem o Brasil operam o Airbus A380

O motivo mais óbvio do A380 ser tão raro no Brasil é que existem poucas companhias aéreas que possuem a aeronave em suas frotas. Das empresas que atendem o mercado brasileiro, somente a British Airways, Qatar Airways e Emirates têm modelos ativos em rotas comerciais (a Lufthansa, que também atende o Brasil, ainda não reativou seus A380), mas apenas a terceira voa para o Brasil com o avião da Airbus.

A British Airways conta com 12 jatos A380 na frota (Airbus)
A British Airways nunca voou para o Brasil com seus A380 (Airbus)

A Emirates também é a única companhia aérea que possui cacife e um número suficiente de aeronaves para se aproveitar do potencial de marketing do A380, um avião que oferece uma experiência diferenciada aos passageiros. Portanto, além da rotina de ir e vir de Dubai para São Paulo, é um meio de transporte que mexe com as emoções de quem embarca nele.

A380 requer alta demanda de passageiros

Lotar um avião que pode transportar mais de 500 passageiros não é uma tarefa fácil. Nem a Emirates, com todo seu prestígio, consegue preencher todos os assentos do A380. No entanto, a empresa dos Emirados Árabes tem uma demanda que justifica usar o avião no Brasil no trecho para Dubai, tanto que a taxa de ocupação da aeronave nessa rota beira os 80%.

Porém, isso acontece por conta do modelo de negócios da Emirates. Nem todos os passageiros que embarcam no voo para Dubai tem o emirado no Oriente Médio como destino final, que é na verdade um grande hub de distribuição de voos para localidades no mundo todo.

No caso de outras empresas que possuem a aeronave em seus frotas e voam para o Brasil, o destino que elas oferecem normalmente é a parada final da viagem, como Londres no caso da British Airways – embora o Heathrow seja um grande hub europeu, não chega a ser uma opção vantajosa fora da Europa.

Os A380 da Emirates podem embarcar mais de 500 passageiros (Emirates)

Poucos aviões para muitas frequências

Uma companhia aérea com poucas unidades do A380 na frota não tem capacidade de colocar a aeronave em tantas rotas. Em casos assim, a empresa acaba priorizando os trechos com maior demanda de passageiros, como faz a British Airways em voos do Reino Unido para grandes centros comerciais nos Estados Unidos e em regiões da Ásia.

A Emirates, com seus mais de 100 exemplares do A380, em contrapartida, pode operar mais frequências com a aeronave, mesmo que ela não voe com uma taxa de ocupação de encher os olhos. Nesse ponto, vale lembrar novamente que o avião gigante também atua como um artificio para atrair mais clientes, algo que somente a empresa árabe consegue usufruir.

Brasil não possui um hub internacional que justifique o uso do A380

Embora seja a maior economia da América Latina, o Brasil não é um grande hub internacional de voos, mesmo nos grandes aeroportos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

É no máximo um centro de distribuição de voos para países na América do Sul, algo que pode ser plenamente executado com jatos como o A330, A350, 787 ou 777. Apesar disso, o voo Dubai-Guarulhos tem esse papel para a Emirates já que apenas recentemente a empresa retomou a rota para o Rio de Janeiro e Buenos Aires.

Por hora, a Air France não pretende usar o A380 em rotas para o Brasil (Airbus)
O A380 da Air France no Aeroporto do Galeão em agosto de 2016 (Airbus)

Visita especial

Além de protótipos, tem sido raro ver o A380 no Brasil exceto pelo voo da Emirates, que estreou em 2017, embora a companhia aérea tenha realizado uma visita com o jato da Airbus a Guarulhos em novembro de 2015.

No ano seguinte, foi a vez do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ser palco de um voo da Air France, aproveitando a realização dos Jogos Olímpicos de 2016. Anos mais tarde, no entanto, a companhia aérea francesa desistiu de operar o modelo por conta dos altos custos.

E para vocês quais são as razões para não vermos mais Airbus A380 em solo brasileiro? Deixem seus comentários.

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  1. SIMPLES CRIAR REALMENTE 3 HUBS PRINCIPAIS NO PAIS OU SEJA GUARULHOS , BRASILIA, FORTALEZA E FAZER COM SEUS EQUIPAMENTOS FUNCIONEM PERFEITAMENTE .

  2. O Airbus A380 está rareando não só no Brasil. Deixou de voar em muitas rotas do mundo inteiro. Foi um erro de marketing da Airbus. Foram fabricados menos de 300 aviões, não conseguiu nem pagar o seu desenvolvimento. Fora o erro primário de controle de configuração que atrasou o voo do 1o protótipo em 3 anos e acrescentou mais 3 Bi USD ao seu projeto. A Airbus não entendeu que o seu verdadeiro competidor era o Boeing 777 (bimotor) e não o 747 de 60 anos atrás…

  3. Na minha opinião o custo pra empresa é muito alto,e a mecânica financeira do nosso país é um saldo muito baixo pra arcar com as despesas da viagem

  4. O problema dos a 380 é a logística dos aeroportos pois sendo um avião tão grande não é qualquer aeroporto que pode aterrissar e fora o consumo excessivo de combustível por conta dos 4 motores justificando o uso dos 777, a350 e dos Max da boeing bimotores.

  5. Minha esposa veio dia 11 agora com o A380 que arremeteu em guarulhos e desceu no galeão por causa da chuva em São Paulo

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