Embraer vai produzir equipamentos médicos para combater o coronavírus

Fabricante anuncia parcerias com empresas e centros de pesquisas do Brasil para fornecer tecnologias e soluções para enfrentar a epidemia de Covid-19
(Embraer)
Cerca de 50% dos funcionários da Embraer estão trabalhando de casa e outra parte está de licença (Embraer)

A Embraer entrou na linha de combate contra o novo coronavírus (Covid-19). A fabricante informou nessa quarta-feira (25) que está se unindo com empresas e centros de pesquisas do Brasil para colaborar com tecnologias que possam aumentar a disponibilidade de equipamentos médicos e soluções para enfrentar o surto da doença no país.

As ações, desenvolvidas em conjunto com a cadeia de fornecedores da Embraer, englobam a fabricação de peças para a indústria de ventiladores e respiradores, a substituição de componentes importados para ventiladores, o desenvolvimento de sistemas de filtros de alta eficiência para transformação de leitos regulares em tratamento intensivo, e estudos para o desenvolvimento de respiradores simples, robustos e portáteis para rápida implementação.

Segundo a fabricante, um grupo de trabalho já está colaborando com uma fábrica nacional de respiradores, com previsão de início de produção de peças a partir da próxima semana.

Em parceria com o hospital Albert Einstein, a Embraer está propondo também o fornecimento de apoio técnico para o desenvolvimento de sistemas de exaustão para controle biológico, que pode converter leitos regulares em áreas de tratamento intensivo. Por meio da tecnologia de filtros de alta eficiência de absorção de partículas de ar, já existentes nos sistemas de ar condicionados das aeronaves, o objetivo é levar esta solução para os hospitais que precisam deste tipo de solução de forma imediata.

Outra frente de trabalho está dedicada à análise de fabricação de válvulas de controle e sensores de fluxo que permitam ampliar a capacidade de produção de outra indústria nacional de respiradores, além da adaptação de um modelo de respirador para uso no combate ao coronavírus.

“A Embraer vai continuar monitorando a situação para colocar a sua expertise de integração de sistemas complexos em prol da população brasileira nessa ampla cooperação de combate ao Covid-19”, encerra o comunicado da fabricante.

Produção quase parada

No último domingo (23), a Embraer decidiu colocar os empregados que não podem trabalhar remotamente em licença remunerada até o 31 de março, devido a pandemia do coronavírus. Em comunicado, a empresa informou que manteria apenas atividades essenciais para sua operação durante esse período.

Atualmente, cerca de 50% dos funcionários da fabricante, em especial das áreas administrativa e de engenharia, estão trabalhando de suas casas, e as linhas de produção no Brasil estão praticamente paradas, apurou o Airway.

Com o avanço do coronavírus e a forte redução da demanda por transporte aéreo, clientes da Embraer decidiram postergar o recebimento de novas aeronaves por “algumas semanas ou um mês”, segundo o presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, John Slattery, em entrevista ao Ain.

A crise econômica causada pela pandemia também ameaça a conclusão do acordo de joint venture entre a Boeing e Embraer diante da situação financeira das suas empresas. A fabricante brasileira, por exemplo, já perdeu dois terços de seu valor desde o anúncio da parceria, enquanto a empresa norte-americana enfrenta seu pior momento em mais de 100 anos de atuação no mercado com o aterramento do 737 MAX.

Veja mais: Plano de ressuscitar o Fokker 100 incluía até fábrica no Brasil

 

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