Embraer vê “enormes” oportunidades para o E195-E2 nas Américas

Novo jato está programado para chegar ao mercado a partir do segundo semestre de 2019

Embraer E195 E2 - Primeiro voo
O E195-E2 é o maior avião comercial fabricado no Brasil, com capacidade para até 146 passageiros (Embraer)

Maior avião comercial já desenvolvido no Brasil, o E195-E2 é o novo candidato a “best-seller” da Embraer, sobretudo em mercados nas Américas. “Acho que teremos enormes oportunidades na parte superior da família (E2)”, disse John Slattery, presidente e diretor executivo da Embraer Aviação Comercial, durante o fórum ISTAT, realizado em Lima, no Peru, no dia 15 de novembro.

Segundo o executivo, as oportunidades para o novo jato com até 146 assentos podem surgir entre companhias aéreas dos Estados Unidos, que buscam aeronaves narrowbody de pequeno porte, e também na América Latina, para empresas que desejam substituir seus E-Jets de primeira geração.

Nos EUA algumas das empresas interessadas no novo jato brasileiro são a Spirit Airlines e a United Airlines, enquanto na América Latina o avião pode ser uma opção para a Aeromexico a Austral Lineas Aereas, subsidiária da Aerolíneas Argentinas, que buscam substitutos para seus E190.

O programa de testes e certificação do E195-E2 está programado para ser concluído no primeiro semestre de 2019. O primeiro cliente da aeronave será a companhia Azul, que planeja os primeiros voos comerciais com o novo modelo para o início do segundo semestre do ano que vem.

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Recentemente as vendas dos jatos da família E2 ficaram para trás em relação às do Airbus A220 (402 pedidos firmes de A220 contra 132 modelos E-Jets 2) , que recebeu um forte impulso após a Airbus adquirir o programa CSeries da Bombardier em julho. A companhia JetBlue, que estava em meio a uma campanha para substituir seus 60 E190s, acabou encomendando o A220-330.

Em entrevista ao FlightGlobal em julho, Philippe Balducchi, presidente da parceria Airbus-Bombardier, disse que a fabricante europeia deu maior “credibilidade” ao programa CSeries e agora A220 e uma “certeza sobre o futuro” que os clientes desejam antes de investir na compra de novas aeronaves comerciais.

(Airbus)
A Airbus já está ajudando a impulsionar as vendas do jato desenvolvido pela Bombardier (Airbus)

O presidente da Embraer Aviação Comercial disse que o acordo entre Airbus e Bombardier “criou uma mudança sísmica na dinâmica de competitividade do mercado”. Como resposta, Boeing e Embraer iniciaram a criação de seu próprio empreendimento para competir com o produto agora oferecido pelo grupo Airbus.

“Ao se associar de alguma forma a uma marca como a Boeing, acho que a base de clientes vê isso como algo positivo para o mercado”, disse Slattery.

Boeing e Embraer estão na fase final de negociação para a criação de uma nova empresa de aviação comercial – que terá 80% de seu capital controlado pela Boeing e o restante pela Embraer.

Perguntado se a Embraer espera um aumento das vendas do E2 quando a transação com a Boeing for concluída, como o ocorreu com o A220, Slattery disse que a fabricante brasileira já tem uma “boa intimidade” com as operadoras americanas, citando os casos da American Airlines, Delta e United, que são grandes clientes do E175.

A Embraer entregou o primeiro E190-E2 para a companhia Widerøe, da Noruega, em abril deste ano e planeja entregar até o final deste ano os modelos encomendados pela Air Astana, do Cazaquistão, e Fuzhou Airlines, da China.

O E190-E2 é o primeiro avião a jato da Widerøe, empresa que já tem mais de 80 anos de mercado (Thiago Vinholes)
O E190-E2 é o primeiro avião a jato da Widerøe, empresa que já tem mais de 80 anos (Thiago Vinholes)

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