Embraer vende fábricas em Portugal para empresa espanhola
Embraer Metálicas e Embraer Compósitos foram repassadas à Aernnova por US$ 172 milhões. Unidades continuarão a fornecer aeroestruturas para as aeronaves da fabricante brasileira

A Embraer anunciou a venda de duas de suas subsidiárias em Portugal envolvidas com a produção de aeroestruturas. A Aernnova, parceira da empresa brasileira em vários projetos, adquiriu a Embraer Metálicas e a Embraer Compósitos por US$ 172 milhões.
Segundo a fabricante, o acordo visa aumentar a capacidade de produção das duas unidades, localizadas na cidade de Évora, mas que também passarão a ser usadas pela Aernnova para fornecer componentes para outras empresas.
A companhia brasileira assegurou que os novos termos da parceria “assegura o fornecimento para produção atual de aeronaves Embraer, aumentando a previsão de receitas de longo prazo da Aernnova”.
São produzidos em Évora várias estruturas como as asas e estabilizadores verticais e horizontais dos jatos executivos Praetor 500 e Praetor 600, dos jatos comerciais E1 e E2 e também o cargueiro militar KC-390 Millennium.

“Estamos satisfeitos em anunciar essa parceria com a Aernnova, uma fornecedora de renome mundial em aeroestruturas. O acordo permitirá a ampliação dos níveis de ocupação nas fábricas de Évora e a diversificação da base de clientes, trazendo novas oportunidades de negócios”, afirmou Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer.
“O acordo é mais um passo na estratégia de crescimento da Aernnova, que reforça ainda mais o status da companhia como uma líder global no design e na produção de aeroestruturas,” disse Ricardo Chocarro, CEO da Aernnova.
Gigante de aeroestruturas
A Aernnova foi criada em 1986 na Espanha como Fibertecnic, a fim de fornecer compósitos para o turboélice CN 235, da CASA, hoje parte da Airbus.
Graças ao bom trabalho, a empresa passou a produzir peças para os jatos comerciais MD-11, A310 e A320 nos anos seguintes.
Em 1993, foi criada a Gamesa Aeronautica, empresa que acertou uma parceria de risco com a Embraer para a fabricação das asas do jato regional ERJ 145, acordo que foi reeditado em 1999 com a família E-Jet.
Nos anos seguintes, a empresa expandiu suas operações para várias partes do mundo como EUA, China, México e Brasil. Atualmente, ela possui 14 unidades em seis países com mais de 4.500 funcionários que atuam em 30 programas diferentes, entre eles aviões da Boeing.
