Emirates Airline suspenderá a maior parte de seus voos de passageiros a partir do dia 25

Companhia aérea de Dubai deixará de voar com o A380 para São Paulo após três anos de operação ininterrupta
A Emirates deve aterrar a maior parte dos seus 115 Airbus A380 (Simon_sees)
A Emirates deve aterrar a maior parte dos seus 115 Airbus A380 (Simon_sees)

Dona da maior frota de jatos Airbus A380 do mundo, com 115 aeronaves, a Emirates Airline anunciou neste domingo, 22, que suspenderá a maior parte de seus voos de passageiros a partir de 25 de março por conta do avanço do coronavírus. A empresa afirmou que tentou adaptar sua malha às restrições e à demanda de passageiros, porém, diante da quarentena iniciada por muitas nações, decidiu manter apenas ligações vitais no transporte de carga e repatriamento de pessoas. Mais cedo, a Emirates chegou a afirmar que suspenderia todos os voos, mas atualizou seu comunicado mais tarde.

“Como companhia aérea de rede global, nos encontramos em uma situação em que não podemos operar serviços de passageiros de forma viável até que os países reabram suas fronteiras e a confiança nas viagens retorne. A partir de quarta-feira, 25 de março, embora ainda operemos voos de carga que permanecem ocupados, a Emirates suspenderá temporariamente a maioria de suas operações de passageiros. Continuamos acompanhando a situação de perto e, assim que as coisas permitirem, restabeleceremos nossos serviços”, afirmou o xeque Ahmed bin Saeed Al Maktoum, presidente e diretor executivo do Emirates Group.

A Emirates continuará operando voos de passageiros e cargas para destinos como Reino Unido, Suíça, Hong Kong, Tailândia, Malásia, Filipinas, Japão, Cingapura, Coréia do Sul, Austrália, África do Sul, EUA e Canadá. A companhia aérea, no entanto, reconheceu que a situação pode mudar e recomenda que seus clientes confiram o status dos voos em seu site.

Malha aérea internacional

Com sua estratégia agressiva voltada aos serviços e à conectividade global, graças ao seu hub em Dubai, a Emirates Airline tem visto seus números crescerem nos últimos anos e incomodarem várias companhias aéreas tradicionais.

Sir Tim Clark, CEO da Emirates, vai abrir mão do seu salário por três meses

Ainda que os Emirados Árabes Unidos tenham atraído interesse global, é nas sua conexões a partir de Dubai que a companhia aérea tem conseguido se destacar em vários mercados. Para isso, a Emirates conta com uma imensa frota de widebodies, liderada pelo A380, o maior jato comercial do mundo. São 115 aeronaves e outras oito para serem recebidas, além de 142 Boeing 777 e outros 11 cargueiros 777F.

Desde o início da crise causada pelo novo coronavírus (Covid-19), a Emirates reduziu voos e aterrou 40 A380 e 15 Boeing 777, mas não resistiu à expansão da pandemia. Ainda segundo a companhia aérea, serão colocadas em prática medidas de contenção de custos, entre elas redução do salário básico de funcionários mais experientes, férias remuneradas ou não e renegociação com fornecedores. O presidente da empresa, Sir Tim Clark, abrirá mão de seu salário por três meses.

Sem A380 no Brasil

A Emirates já havia cortado alguns voos para a América do Sul, como o que atende o Rio de Janeiro, mantendo apenas a frequência diária para São Paulo, que utiliza o A380. Mas com o anúncio deste domingo, o jato da Airbus também deixará de voar para o Brasil após exatos três anos de operação, cujo primeiro voo foi realizado em março de 2017.

Os 11 Boeing 777F cargueiros da Emirates continuarão voando para transportar itens essenciais (Adrian Pingstone)

Veja também: Coronavírus pode encurtar ainda mais carreira do Airbus A380

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