Partes do primeiro A380 sucateado são transformadas em etiquetas de bagagem

Etiquetas foram criadas com partes do A380 MSN003, o primeiro modelo a estrear na aviação comercial
640 toneladas de sucata: o primeiro A380 foi desmontado pela Tarmac Aerospace, empresa do grupo Airbus
Essa carcaça gigante já foi um A380; avião gigante da Airbus saiu de linha no ano passado (Erik Ritterbach)

O primeiro Airbus A380 aposentado da aviação comercial e desmontado, o modelo com número de série MSN003, pode acabar no seu molho de chaves ou pendurado na sua mala de viagem.

Famosa entre entusiastas da aviação, a Aviation Tag lançou nesta semana uma série limitada de etiquetas metálicas criadas a partir de partes da fuselagem do MSN3, apenas alguns dias após o desmantelamento do avião ter sido concluído em Tarbes, na França.

Cada uma das “tags”tem gravada qual é o tipo da aeronave, sua última matrícula comercial, ano do primeiro e último voo, e o número e tamanho da edição de etiquetas colecionáveis.

O MSN003 foi o primeiro dos 242 jatos A380 construídos pela Airbus e também é o modelo que realizou o voo comercial inaugural do “superjumbo”, em 25 de outubro de 2007 com a companhia Singapore Airlines entre Singapura e Sydney, na Austrália.

Devido ao elevado custo operacional e após descartar um dispendioso processo para revitalizar o interior de seus A380 mais antigos, a Singapore Airlines não renovou os contratos de aluguel e devolveu quatro aeronaves à empresa de leasing Dr. Peters – um segundo A380 ex-Singapore também está sendo desmontado na França e outro aparelho, desativado recentemente pela Air France, na Irlanda.

As etiquetas fabricadas com os restos do primeiro A380 estão à venda por € 27,95 (R$ 139,57 na cotação atual) no site da Aviation Tag.

Quer um pedacinho do primeiro A380? A etiqueta metálica custa o equivalente a R$ 137 (Divulgação)

Elefante branco

Quando anunciou o programa A3XX, ainda no começo dos anos 1990, a Airbus tinha grandes expectativas para a aeronave que depois ganharia o nome A380. A fabricante recebeu 1.200 pedidos pelo jato que aparecia como o substituto definitivo para o Boeing 747, que dominava a aviação de grande porte desde a década de 1970.

O projeto, porém, era extremamente complexo e acumulou uma série de atrasos. A Airbus estava desenvolvendo o que seria o maior avião de passageiros do mundo, mas ao mesmo tempo as companhias aéreas estavam abandonando esse tipo de aeronave e optando por modelos menores, mais eficientes e que podiam percorrer maiores distâncias, como os atuais Boeing 787 e Airbus A350.

O A380 tem autonomia para voar cerca de 15.000 km (Airbus)
Wet-lease: a Hi-Fly opera o único A380 do mundo que ganhou sobrevida na aviação comercial (Airbus)

Quando o A380 chegou ao mercado já era tarde demais. E caro demais. Dos 1.200 pedidos, apenas 250 foram concretizados (já contando os cancelamentos da Emirates), com 242 aeronaves entregues até março deste ano. Sem uma base sólida de clientes para manter o modelo no mercado, a Airbus anunciou no ano passado que vai descontinuar a produção da aeronave em 2021.

Com um mercado de segunda mão praticamente inexistente, em breve mais exemplares do A380 certamente serão sucateados (e transformados em etiquetas).

Veja mais: As diferentes versões do Airbus A380 que nunca saíram do papel

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