Força Aérea Argentina descarta compra de caças MiG-35 da Rússia
Guerra na Ucrânia, temor por sanções dos EUA e dúvidas sobre apoio logístico motivaram a FAA a desistir do caça russo

Em busca de novos caças supersônicos há alguns anos, a Força Aérea Argentina (FAA) ainda não bateu o martelo sobre uma decisão, mas já sabe ao menos qual opção não pretende adquirir. Segundo declarações do Chefe do Estado Maior da FAA, General de Brigada Xavier Isaac, o jato russo MiG-35 está definitivamente descartado entre os concorrentes para reequipar a frota argentina.
Citando afirmações do general argentino, o site Zona Militar mencionou que a decisão sobre a desistência do MiG-35 foi motivada pela invasão da Rússia na Ucrânia, iniciada em fevereiro deste ano. De acordo com a página, a posição de recusar o caça russo também foi apoiada pelo Ministro da Defesa argentino, Jorge Taiana.
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No entanto, a guerra na Ucrânia não foi o único motivo citado pela FAA ao preterir o MiG-35. O primeiro deles é que o MiG-35 por ora não foi incorporado à força aérea da Rússia em números significativos. Especula-se que foram entregues no máximo oito aparelhos, que servem atualmente em equipes de acrobacia. Isso ocorre pois a indústria russa está focada na produção das famílias Sukhoi Su-30 e Su-34, bem como o novo jato de quinta geração Su-57 Felon.
Outro ponto sobre a recusa dos argentino pelo MiG-35 recaí sobre o temor de sofrer sanções dos Estados Unidos, que ameaça punir nações que comprarem sistemas de armas da Rússia no contexto da Lei CAATSA, sancionada pelo governo de Donald Trump em 2017. Por fim, a FAA também expressou preocupações sobre o apoio logístico do fabricante russo para o MiG-35.

Com o MiG-35 fora da disputa, as outras propostas de caça na mesa dos argentinos são o JF-17 Thunder Block III, do consórcio sino-paquistanês CAC/PAC, jatos Lockheed Martin F-16, em oferta dos EUA, e o indiano Hal Tejas. Ao todo, a FAA pretende adquirir 12 aeronaves.
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A Argentina perdeu sua capacidade supersônica em 2015, ano em que a força aérea desativou seus últimos caças interceptadores Dassault Mirage III, que eram veteranos da Guerra das Malvinas. Com a baixa do caça francês de asa delta, a principal aeronave de combate do país passou a ser o antigo McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, de performance subsônica e mais adequados a missões de ataque ao solo.