Gigante An-124 vara a pista após um dos motores se desintegrar parcialmente

Aeronave cargueira russa realizou pouso de emergência no aeroporto Novosibirsk-Tolmachevo sem causar ferimentos aos 14 ocupantes
O An-124 com o motor nº 2 danificado: quase 23 anos sem acidentes (Reprodução)
O An-124 com o motor nº 2 danificado: quase 23 anos sem acidentes (Reprodução)

Quase 23 anos após sofrer seu último acidente fatal, um cargueiro Antonov An-124 teve um incidente bastante sério nesta sexta-feira, 13. A aeronave da companhia cargueira Volga-Dnepr, prefixo RA-82042, sofreu uma falha ‘não contida’ em de seus motores Lotarev D-18T ao decolar do aeroporto de Novosibirsk-Tolmachevo, na Rússia.

Os estilhaços da carenagem e do turbofan atingiram a asa esquerda e parte da fuselagem, motivando a tripulação a retornar ao aeroporto. No pouso, no entanto, o gigante quadrimotor acabou ultrapassando os limites da pista e parando após o colapso do trem de pouso dianteiro.

A aeronave realizava o voo 4066, entre Seul, na Coreia do Sul, e Viena, na Áustria, e fazia uma escala técnica na cidade russa. A falha incontida do motor nº2, na parte interna da asa esquerda, ocorre quando partes acabam se desprendendo do conjunto. Em imagens que circulam nas redes sociais é possível notar que a parte dianteira do turbofan se desintegrou. O vídeo abaixo mostra o imenso avião realizando o pouso com o motor danificado. No final, há uma imagem do interior de um motor onde se notam penas de um pássaro, mas não há como comprovar que se trata da aeronave em questão.

O motor afetado: imagens insinuam um choque com pássaros (Reprodução)

Após fase difícil, anos de grande segurança

Com apenas 55 aviões produzidos, o An-124 está em serviço desde 1986, inicialmente como cargueiro militar. Mas após o fim da União Soviética, a aeronave foi aproveitada para realizar serviços comerciais de carga especiais.

Foi justamente na década de 90, após o colapso do comunismo, que o ‘Ruslan’ sofreu seus quatro acidentes graves. A primeira fatalidade ocorreu em outubro de 1992 quando um dos protótipos foi atingido por pássaros e caiu em uma floresta próximo à fábrica da Antonov.

Cerca de um ano depois, um exemplar da Aviastar se chocou com uma montanha no Irã enquanto se preparava para o pouso. Não há um laudo oficial do acidente até hoje, mas sabe-se que o avião não havia seguido os procedimentos de aproximação.

Em outubro de 1996, um An-124 da Aeroflot fretado para transportar carros da Ferrari para o Brunei caiu logo após abortar um pouso no aeroporto de Turim, na Itália. Pouco mais de 14 meses depois, o último acidente fatal com o jato ocorreu na Rússia com uma unidade da Força Aérea do país que caiu após a decolagem vitimando 68 pessoas, boa parte delas no solo.

Desde então, o Ruslan tem mantido uma folha de serviço sem grandes incidentes, a despeito de voar constantemente pelo mundo, sobretudo nos últimos meses graças à demanda de voos cargueiros durante a pandemia.

A aeronave havia decolado da Coreia do Sul e deveria ter seguido para a Áustria

Veja também: De mal com a Rússia, Antonov busca parceiros na Turquia

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