Itapemirim revela maquete do Airbus A220 com as cores da empresa
Grupo de transporte Itapemirim quer voltar ao setor aéreo com uma companhia low cost


O plano de relançar uma companhia aérea continua no radar da Itapemirim. Depois de mostrar uma miniatura de um turboélice Dash 8 com as cores do grupo de transporte, o CEO da empresa, Rodrigo Otaviano Vilaça, compartilhou pelo LinkedIn a imagem de uma maquete do jato Airbus A220 com o mesmo esquema de pintura.
Tal como na postagem anterior, o executivo não divulgou novos detalhes sobre as intenções da empresa de retornar ao setor aéreo. Para quem não se lembra, a Itapemirim já teve uma companhia aérea, a Itapemirim Cargo, que atuou no mercado entre 1991 e 2000.
Em fevereiro deste ano, o presidente da Itapemirim, Sidnei Piva, anunciou um investimento de US$ 500 milhões do fundo privado do xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, para criar uma nova companhia aérea low cost. Na época, Piva antecipou que o grupo havia encomendado 35 aeronaves da Bombardier, fabricante que abandonou a aviação comercial, e que as primeiras unidades seriam entregues a partir de 2021.
Projeto cercado de incertezas
A insistência da Itapemirim em entrar no mercado de aviação comercial denota um certo ar aventureiro. Como se sabe, o mercado de transporte de passageiros está passando pela sua maior crise na história com a pandemia do novo coronavírus, com previsões alarmistas sobre a queda na demanda global e que devem perdurar por anos, sobretudo no Brasil.

Pesa ainda o fato do grupo Itapemirim estar em processo de recuperação judicial, com dívidas que passam dos R$ 2 bilhões, o que seus dirigentes negam.
Recentes iniciativas de Sidnei Piva também jogam mais dúvidas sobre a seriedade do projeto da companhia aérea. Em 2017, por exemplo, ele tentou comprar a Passaredo, mas o negócio desandou antes de ser sacramentado. Na área de transporte sobre trilhos, em que é dono de duas empresas, o empresário tentou vender para o governo do estado de São Paulo um projeto “requentado” de monotrilho para o Metrô sem nunca ter construído sequer um vagão desse tipo de trem. A estatal, no entanto, preferiu contratar um fabricante chinês mesmo pagando um pouco mais caro pelo sistema.
O argumento de Piva tem sido afirmar que a companhia aérea trabalhará ligada à sua infraestrutura rodoviária, sobretudo no mercado de cargas e que isso chamou a atenção dos árabes. Mas foi justamente nesse segmento que a primeira tentativa de dar asas à empresa fracassou.

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