Jato chinês pode fazer Airbus e Boeing perderem US$ 223 bilhões
COMAC quer dominar um terço do setor aeronáutico chinês e um quinto do mercado global até 2035


Airbus e Boeing, atualmente os fabricantes de aviões comerciais de maior sucesso do mundo, poderão deixar de ganhar cerca de US$ 223 bilhões nos próximos 20 anos. Essa é a quantia que a COMAC, maior fabricante de aeronaves da China, pode faturar até 2035 com o jato comercial C919, modelo projetado para concorrer com os tradicionais A320 e B737.
O C919, maior avião comercial já desenvolvido na China, tem seu primeiro voo agendado para o próximo mês e a fabricante espera ter o modelo pronto para operações comerciais a partir de 2019. É neste ponto que podem começar os problemas para Airbus e Boeing, uma vez que a meta da COMAC é tomar para si nas próximas duas décadas um terço do mercado chinês de jatos narrowbody (fuselagem estreita) e mais um quinto desse filão no mercado global, o que representa cerca de 2.500 aeronaves – a demanda mundial nesse período será de aproximadamente 5.600 aviões de fuselagem estreita.
O avião chinês tem a seu favor o preço mais em conta, abaixo da média de US$ 97 milhões do A320 e o 737, e o enorme mercado chinês, que tende a dar preferência ao modelo nacional. A disseminação mundial do C919, porém, vai exigir certificações de importantes órgãos de aviação internacionais, como a EASA, na Europa, e o FAA, nos Estados Unidos.
Este é o desafio que o COMAC ARJ21, o primeiro jato comercial desenvolvido na China, enfrenta neste momento. A aeronave, em operação desde 2015, foi certificada apenas pelo órgão de aviação chinês (o CAAC) e por enquanto não pode ser operado por empresas aéreas de outros países.

A COMAC também está trabalhando no desenvolvimento do jato comercial de grande porte C929, aeronave que a mídia ocidental apelidou de “Boeing 777 chinês”. Segundo a fabricante, o modelo terá capacidade para transportar até 350 passageiros e alcance de 14.000 km. A apresentação da aeronave é aguardada para 2022, enquanto o primeiro voo foi programado para 2025.
Fonte: Seeking Alpha
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