LATAM Airlines diz que não quer mais alugar jatos Boeing 737
Em janeiro, companhia aérea enviou carta a arrendadores pedindo por ofertas do jato do qual não opera. Pedido ocorreu no dia seguinte à concordata da concorrente Gol
A LATAM Airlines afirmou nesta quarta-feira, 24, que não pretende mais arrendar jatos Boeing 737 e buscará aeronaves alternativas.
“A LATAM não conseguiu nos últimos meses – apesar de seus extensos esforços – obter aeronaves B737 de outras fontes não relacionadas aos devedores”, escreveram os advogados da companhia aérea sediada no Chile.
A escassez de jatos 737 disponíveis e recusa de devedores de cooperar obrigaram a LATAM a buscar aeronaves alternativas de corredor único, explicaram ainda os representantes da transportadora.
Em janeiro, um dia após a rival Gol Linhas Aéreas entrar com um pedido de restruturação financeira nos EUA, o “Capítulo 11”, a LATAM enviou uma carta a arrendadores se monstrando interessada em alugar aeronaves Boeing 737.
No entanto, a LATAM não opera jatos deste tipo, apenas a família A320, da Airbus. Para introduzir um segundo modelo de avião de fuselagem estreita, a companhia aérea teria de montar uma nova infraestrutura de treinamento, suporte e manutenção, além de buscar pilotos com experiência no 737.
Esse tipo de estratégia é incomum porque amplia os custos operacionais, algo que já é elevado no mercado sul-americana. A exceção são países como os Estados Unidos, onde as principais transportadoras têm frotas numerosas.
Falta de aeronaves
Para a Gol, a carta foi uma tentativa de tumultuar seu processo de renegociação com os arrendadores de quase 140 jatos 737 que operam em sua frota.
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Ao demonstrar interesse nessas aeronaves, a LATAM dificultaria um acordo. A empresa baseada em Santiago do Chile, no entanto, justificou a opção pelo 737 em virtude da falta de aeronaves.
Mais tarde a LATAM voltou a se manifestar, afirmando que tinha interesse em qualquer aeronave que a Gol não mais desejasse. A Gol está negociando termos mais favoráveis em relação ao pagamento do leasing de cerca de 90 aeronaves 737 MAX e NG.
A empresa aérea perdeu o segundo lugar no mercado de voos domésticos no Brasil para a Azul Linhas Aéreas em março. A LATAM lidera com 41% de participação no número de passageiros embarcados.
