Pela primeira vez, Força Aérea dos EUA será comandada por um afro-americano

Em votação unânime no Senado dos EUA, general Charles Q. Brown é confirmado como o próximo chefe do Estado-Maior da USAF
General de quatro estrelas: Brown acumula mais de 2.900 horas de voo em diversas aeronaves (USAF)

Pela primeira vez desde a sua criação, em 18 de setembro de 1947, a Força Aérea dos EUA (USAF) será comandada por um militar afrodescendente. Em votação unânime, por 98 votos a zero, o Senado dos EUA confirmou o general de quatro estrelas Charles Q. Brown como o próximo chefe do Estado-Maior da USAF.

A posse de Brown no novo cargo está marcada para o dia 6 de agosto. Ele substituirá o atual chefe de gabinete da USAF, o general David Goldfein, e também será o líder da recém-criada Força Espacial (Space Force) dos EUA.

Brown é o atual comandante da USAF na região do Pacífico e chefe dos componentes aéreos do Comando Indo-Pacífico dos EUA na base aérea de Pearl Harbor, no Havaí.

Comissionado na USAF em 1984, Brown acumula mais de 2.900 horas de voo, incluindo 130 horas de combate em caças F-16. Durante sua carreira, ele também voou em aeronaves C-130 e AC-130, helicópteros AH-64 e HH-60, bombardeiros B-1 e B-2, aviões reabastecedores KC-135, entre outros.

A confirmação histórica de Brown para o posto de comandante da USAF veio após duas semanas de intensas manifestações nos EUA pedindo reformas nas forças policiais para lidar com a violência e o preconceito racial generalizado contra a população afro-americana. Os protestos que ganharam proporção global eclodiram após a morte de George Floyd, asfixiado por um policial de Minneapolis, em 25 de maio.

Em vídeo postado no Youtube em 4 junho, Brown comentou sobre suas próprias experiências com o racismo.

“Estou pensando em como estou cheio de emoção, não apenas por George Floyd, mas pelos muitos afro-americanos que sofreram o mesmo destino que George Floyd. Estou pensando em protestos em meu país, doce terra de liberdade, a igualdade expressa em nossa Declaração de Independência e na Constituição que jurei na minha vida adulta proteger e defender”, disse o general no vídeo. “Estou pensando em uma história de questões raciais e em minhas próprias experiências que nem sempre cantam liberdade e igualdade. Estou pensando em viver em dois mundos, cada um com suas próprias perspectivas e pontos de vista.”

Brown também disse que sentiu o peso da indicação e as dificuldades que surgem com a tentativa de tornar a USAF uma organização mais igualitária.

“Estou pensando nas imensas expectativas que acompanham essa indicação histórica, e principalmente através das lentes dos eventos atuais que assolam nossa nação”, disse Brown. “Estou pensando em como fazer melhorias, pessoalmente, profissional e institucionalmente, para que todos os aviadores, hoje e amanhã, apreciem o valor da diversidade e possam servir em um ambiente onde possam alcançar todo o seu potencial.”

Veja mais: Bolsonaro volta atrás e revoga permissão para o Exército ter aviões

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