Porta-aviões São Paulo pode ser transformado em museu flutuante

“Instituto São Paulo|Foch” quer converter a embarcação desativada da Marinha do Brasil em um centro cultural

O NAe São Paulo chegou ao Brasil em 2001; o navio foi construído na França entre 1957 e 1960 (Marinha do Brasil)
O NAe São Paulo chegou ao Brasil em 2001; o navio foi construído na França entre 1957 e 1960 (Marinha do Brasil)
O NAe São Paulo chegou ao Brasil em 2001; o navio foi construído na França entre 1957 e 1960 (Marinha do Brasil)
O NAe São Paulo chegou ao Brasil em 2001; o navio foi construído na França entre 1957 e 1960 (MB)

Desativado pela Marinha do Brasil (MB) em fevereiro de 2017, o porta-aviões NAe São Paulo pode ganhar um destino nobre. O “Instituto São Paulo|Foch”, formado por um grupo de entusiastas e ex-militares brasileiros e franceses, lançou nesta semana um site no qual apresenta seu plano de transformar a embarcação em um museu. Ou melhor, um centro cultural.

O plano descrito pelo grupo na página oficial inclui planos de criar áreas de exposição no convés de voo do navio e também em seu interior, além da instalação de restaurantes, salas de aula, escritórios, cinema e (por que não?) uma barbearia, como descreve o site.

Em contato com o Airway, um dos idealizadores do Instituto São Paulo|Foch que pediu à reportagem para não ser identificado, disse que o plano ainda está na fase inicial e um dos primeiros objetivos é buscar parceiros e investidores, além de pleitear incentivos públicos para tornar a ideia realidade.

O São Paulo está atracado na base da Marinha na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro (RJ). A embarcação passa atualmente pelo processo de “desmobilização”, no qual são retirados do navio todos os itens que ainda podem ser aproveitados. Entretanto, o plano do grupo, honrando o nome do porta-aviões, é transferir o barco para o litoral paulista de preferência para o porto de Santos.

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A ideia de converter o São Paulo em museu é bem diferente do destino que teve seu antecessor, o NAe Minas Gerais. A embarcação que operou com a marinha brasileira entre 1960 e 2001 foi vendida em 2002 como sucata e acabou desmontada no “cemitério de navios” em Alang, na Índia.

Caças AF-1 estacionados no convés de voo do NAe São Paulo (MB)
Caças AF-1 estacionados no convés de voo do NAe São Paulo (MB)

Antes de ser desativado, o NAe (de “Navio-Aeródromo”) São Paulo ocupava o posto de navio “capitânia” (termo naval que classifica o maior navio de uma frota militar) da Marinha do Brasil. Essa posição agora é ocupada pelo porta-helicópteros PHM Atlântico, que chegou ao litoral carioca neste mês.

O porta-aviões São Paulo foi adquirido da França no ano 2000. A embarcação é um modelo da chamada classe “Clemenceau”, com 266 metros de comprimento e deslocamento de até 32.780 toneladas – estava entre os cinco maiores porta-aviões em operação no mundo. O navio foi construída entre 1957 e 1960 e foi operado pela marinha francesa com o nome FS Foch.

Em resposta ao Airway, o centro de comunicação da Marinha do Brasil disse que enviará uma resposta sobre as intenções do instituto “até o final da semana que vem”.

Museus flutuantes

Nos Estados Unidos já é uma prática comum a conversão de porta-aviões desativados em museus. Ao todo, o país já conta com cinco atrações desse tipo. O mais famoso é o USS Intrepid, atracado na ilha de Manhattan, em Nova York, alocado em um complexo onde também ficam expostos um antigo submarino e um Concorde.

O acervo de aeronaves expostas no USS Intrepid, em Nova York, é renovado com frequência (luxurylaunches)
O acervo de aeronaves expostas no USS Intrepid, em Nova York, é renovado com frequência (luxurylaunches)

Também existe um porta-aviões/museu na China, atracado na baía de Bohai, em Tiajin. A antiga embarcação de fabricação soviética foi comprada na década de 1990 por um parque chinês. Hoje boa parte do navio é um hotel, com um total de 148 acomodações.

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