“Rafale” deixa de ser apenas nome de caça: Renault lança veículo com mesmo nome

Aeronave de combate da Dassault foi batizada nos anos 80 com o nome que significa “rajada de vento”. Fabricante francesa resolveu chamar um novo cupê SUV também como Rafale
Os dois Rafales: juntos no Salão de Le Bourget (Renault e Laurent Quérité)

Revelado no início dos anos 80, o caça Rafale quebrou a tradição da Dassault em chamar a linhagem de aeronaves de combate como “Mirage”. Jato supersônico mais avançado da tradicional fabricante, o Rafale está em serviço desde 2001 e significa “rajada de vento ” em francês.

Desde então, a denominação virou referência para o caça, bastando apenas usá-la para remeter à Dassault. Mas essa “exclusividade” acaba de ser quebrada e, quem diria, por uma fabricante de automóveis.

A também francesa Renault anunciou nesta semana que seu inédito utilitário esportivo cupê de grande porte será batizado como “Rafale”.

Dassault Rafale: sinônimo de caça francês desde os anos 80 (FAF)

Claro que é uma situação previsível já que trata-se de um termo comum, assim como ocorreu quando a Ford batizou seu icônico esportivo norte-americano como Mustang, nome associado ao famoso caça P-51, que lutou na Segunda Guerra Mundial.

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Mas a surpresa é que o nome “Rafale” batizou uma aeronave que pertencia justamente a Renault. E a montadora foi além ao afirmar que tem os direitos do nome “Rafale” desde 1936.

Segundo a empresa, seu fundador era uma amante da aviação e por isso adquiriu a fabricante Caudron em 1933. “Ele então criou a Caudron Renault e renomeou todas as aeronaves da Caudron usando termos relacionados ao vento: o C460, portanto, tornou-se Rafale  em 1934, o C500 tornou-se Simoun (um vento do deserto), o C640 tornou-se Typhon (“tufão”) e o C714, Cyclone“, explicou a Renault.

Caudron C360, o primeiro Rafale, segundo a Renault

Portanto, o primeiro Rafale da história foi de fato um avião, mas o Caudron Renault C460, monoposto de corrida. “Ele foi projetado para quebrar recordes e apenas um punhado foi produzido, o que poderia ter levado a aeronave ao esquecimento. Mas a ousadia estilística da aerodinâmica de ponta da aeronave e suas performances extraordinárias deixaram sua marca na história da aviação, tornando o modelo uma lenda, diz a Renault.

Desta vez, no entanto, o Renault Rafale será um produto bem distante da velocidade do monomotor e sobretudo do caça da Dassault. O veículo deve ocupar o topo da linha de veículos da marca, com um estilo que mistura o porte dos chamados SUVs com a esportividade dos cupês.

Ironicamente, o Renault Rafale não fará sua estreia mundial em um salão de automóveis e sim no Paris Air Show, que acontece no Aeroporto de Le Bourget a partir de 18 de junho. O que será que a Dassault achou disso?

O SUV cupê Rafale: vento, ventania… (Renault)

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