Recuperada da pandemia, COMAC retoma atividades com entrega do 24° jato ARJ21

Aparelho é o primeiro da série finalizado na instalação da fabricante chinesa em Pudong
O ARJ21 é importante para o mercado chinês, embora não seja tão avançado como jatos da Embraer e Airbus (Danny Yu)
O ARJ21 é importante para o mercado chinês, embora não seja tão eficiente como jatos da Embraer e Airbus (Danny Yu)

A pior parte da crise da pandemia de Covid-19 já passou para a COMAC, a fabricante de aviões comerciais controlada pelo governo da China. No dia 23 de abril, a companhia estatal entregou o 24° jato ARJ21, o primeiro após a retomada dos trabalhos após a paralisação iniciada em março e também a primeira aeronave finalizada na base da empresa no aeroporto de Xangai Pudong.

Em nota, a COMAC informou que o aparelho foi comprado pela empresa de leasing ICBC e arrendada a companhia aérea Chengdu Airlines. “É a 17ª vez que entregamos uma aeronave ARJ21 na forma de ‘leaseback’”, acrescentou a fabricante. O jato despachado de Pudong é configurado para 90 passageiros.

Até agora, a COMAC entregou 24 exemplares do ARJ e a frota em serviço já transportou “com segurança” mais de 810.000 passageiros, frisa o comunicado da empresa, que estava com as atividades suspensas desde o início de março devido ao surto do novo coronavírus na China. O jato é operado pelas empresas chinesas Chengdu Airlines e Genghis Khan Airlines– o próximo cliente do avião será a low-cost chinesa Jiangxi Air, com o modelo de 105 assentos.

A nova linha de montagem do jato regional incorporada ao aeroporto de Xangai tem capacidade para entregar 30 aeronaves por ano, segundo a fabricante estatal. Essa capacidade é o dobro da primeira fábrica do aparelho, em Changzhong Road, também na região de Xangai, mas que não tem o apoio de um aeródromo. O COMAC C919 também é produzido na sede da COMAC em Pudong.

24° entrega do ARJ21: avião já transportou mais de 800 mil passageiros na China (COMAC)

Com a nova linha de produção, a fabricante chinesa tem a chance de acelerar a produção do ARJ21 e cumprir os mais de 330 pedidos pela aeronave, sendo a maioria esmagadora de empresas aéreas da China. As únicas exceções são uma encomenda de quatro aeronaves da República do Congo e 10 aparelhos de um grupo de investimentos da Indonésia. Outro cliente estrangeiro é a GECAS, companhia de leasing parte do grupo norte-americano General Electric.

O ARJ21 é o primeiro jato de passageiros fabricado na China. O projeto não é 100% original, mas sim uma evolução do modelo americano DC-9. O primeiro serviço comercial com a aeronave foi realizado em 28 de junho de 2016, com a Chengdu Airlines, quase oito anos após o voo inaugural.

Comparado a outros aviões do mesmo segmento produzidos por empresas do Ocidente, como a linha E2 da Embraer e A220 da Airbus, o jato regional chinês deixa muito a desejar em desempenho e nível tecnológico. Por outro lado, é a opção mais barata da categoria: cada ARJ21 custa cerca de US$ 40 milhões, quase US$ 15 milhões a menos que um novo E190-E2 ou menos da metade do valor de um A220-100, que passa dos US$ 80 milhões.

Veja mais: E se os chineses comprarem a Embraer?

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