Rússia ainda não sabe o que fazer com o widebody Il-96-400M

Produção em série do jato quadrimotor será decidida após certificação. Voo inaugural do protótipo está programado para o fim de 2022
Projeção do Il-96-400M (UAC)

A Rússia ainda não sabe dizer se a produção em série do widebody Il-96-400M é uma decisão acertada. Segundo a agência TASS, a viabilidade de colocar a aeronave de quatro motores em produção só será tomada após a sua certificação.

“A primeira aeronave foi montada e será usada como laboratório de voo para testar soluções técnicas para aeronaves de fuselagem larga e longo alcance. Nele estão sendo testados sistemas modernizados, incluindo um promissor complexo doméstico de equipamentos de voo e navegação. O motor é também russo, o PS-90A. Antes do final do ano, está planejado o primeio voo. Com base nos resultados dos testes de certificação, será tomada uma decisão sobre a produção em série”, disse um interlocutor da TASS.

O Il-96-400M é uma versão de maior capacidade do jato da Ilyushin, concebido originalmente na década de 80. Ele possui uma fuselagem nove metros mais longa, além de um sistema de voo digitalizado. Com até 370 assentos, o quadrimotor deverá oferecer um alcance máximo de pouco mais de 8.000 km, pouco para os padrões ocidentais, mas suficiente para servir como alternativa para as empresas aéreas do país.

O primeiro exemplar do Il-96-400M está sendo construído pela VASO, que faz parte da UAC (Divulgação)

A aeronave havia sido descartada em 2021, mas as sanções econômicas do Ocidente por conta da invasão russa à Ucrânia, fizeram o governo Putin reavaliar a decisão.

Temendo ver a frota da jatos comerciais fornecidos por Boeing e Airbus deixarem de operar por falta de componentes, a UAC, holding que controla as principais fabricantes aeronáuticas russas, está investindo na recuperação da linha de montagem de aeronaves obsoletas como o Tupolev Tu-214 e o Il-96.

A UAC já se prepara para retomar a produção do Il-96-300, de menor capacidade, a uma razão de apenas duas aeronaves por ano.

A Rússia também é parceira no programa CR929, um widebody avançado, que é desenvolvido em conjunto com a China na joint venture CRAIC. No entanto, o governo russo já sinaliza que deixará o projeto em breve.

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  1. A Rússia deveria imitar a Embraer. Ela precisa muito da aviação, dado o tamanho do país, porém, não necessariamente widebody. Turbo hélices de 80/100 assentos, estaria ótimo.

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